É o caso, por exemplo, do deputado André Moura (PSC-SE), conhecido aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Moura responde por pelo menos quatro inquéritos criminais, entre eles por suspeita de formação de quadrilha, suposto desvio de dinheiro público e tentativa de homicídio. O parlamentar votou a favor do impeachment e disse que o país vive o maior escândalo de corrupção de sua história. Em resposta à reportagem, Moura disse que não foram encontradas provas contra ele. “Foram denúncias de um adversário político, afastado da prefeitura por corrupção, que admite não ter provas e que já mudou depoimentos. Fui inocentado pela Justiça de Sergipe”, argumentou o deputado.
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Ao declarar seu voto a favor do impeachment de Dilma, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG) saiu em defesa do marido, Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros (MG). “Meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito. E o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”, disse Raquel, antes de dedicar o voto à sua família e ao Norte mineiro. No dia seguinte, Ruy Muniz foi preso acusado de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos em favorecimento a uma rede particular administrada por sua própria família. Em nota divulgada após a prisão, Raquel disse estar “atordoada” e “chateada” com o fato, e mantém os elogios ao marido. Ela também é investigada por crime contra a fé pública.
Alberto Fraga (DEM-DF) é réu no STF, acusado de receber R$ 350 mil em propina entre julho e agosto de 2008, quando exercia o cargo de secretário de Transportes do Distrito Federal. Além desta denúncia, o deputado é réu em outras três ações penais em que responde por concussão, peculato, falsidade ideológica e crimes contra o sistema nacional de armas. Nada disso o impediu de usar o combate a corrupção como justificativa para o seu voto a favor do impeachment. “Se 342 votos eu tivesse, 342 votos eu daria para salvar o país dessa corrupção, dessa ladroagem que se chama PT. Meu voto é ‘sim'”. Fraga não quis comentar, mas em outras ocasiões o deputado já se declarou inocente.
Leia a reportagem completa no jornal Folha de S.Paulo
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