O deputado Ildeu Araújo (PP-SP), denunciado no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas, em depoimento que está sendo prestado agora no Conselho de Ética da Câmara, negou qualquer envolvimento na máfia das ambulâncias.
Segundo Ildeu, Marco Antônio Amorim de Carvalho, ex-assessor do gabinete dele, usou o nome do parlamentar para sugerir a participação de uma empresa em uma licitação de ambulância para o Hospital Humanitária, em Limeira (SP).
Ildeu afirmou que mandou exonerar o funcionário assim que soube do ocorrido, ato que foi concretizado em 4 de fevereiro de 2005. “Um ano antes de se ouvir falar em sanguessugas”, ressaltou o deputado.
Contratação
O deputado declarou que Carvalho o procurou logo que assumiu o mandato de deputado, em 2003, para pedir uma vaga como secretário parlamentar no gabinete. O funcionário teria dito que o deputado com quem trabalhava não tinha sido reeleito, e como estava perto de se aposentar, gostaria de permanecer na Câmara.
Ildeu disse que, como Carvalho era especializado na área de orçamento e emendas parlamentares e não tinha ninguém com tal perfil na equipe, resolveu contratá-lo.
Mudança de instituições
De acordo com o deputado, na época da elaboração das emendas ao Orçamento, ele percebeu que o assessor tinha trocado duas entidades selecionadas inicialmente para serem beneficiadas. Carvalho teria dito que o computador as rejeitou, e, como o prazo estava encerrando, decidiu por conta própria incluir a Associação Belém e a Santa Casa de Dois Córregos para serem contempladas.
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Depois de ter o nome envolvido no escândalo, o deputado disse ter descoberto, por meio de cópia de ofícios e fax arquivados por um funcionário do gabinete, que Carvalho enviou cópias das senhas (que são utilizadas para definição das instituições a serem beneficiadas com recursos das emendas) para uma pessoa identificada apenas como Marcelo/Penha. (Renaro Cardozo)