A mulher do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Verônica Calheiros, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, afirmou: “Não sei como meu marido caiu nessa… Homem é mesmo muito besta!”
Renan responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Ele é acusado de usar um funcionário de uma construtora para pagar a pensão de sua filha de três anos com outra mulher, a jornalista Mônica Veloso.
Por sua vez, Mônica afirmou à Folha de S. Paulo que “amou demais” o senador alagoano. (leia mais)
De acordo com o Estadão, Verônica fala com um timbre de voz infantil e prefere frases longas. Fez faculdade de Artes Plásticas, é evangélica e gosta de cuidar de suas mais de mil matrizes de orquídeas. “Escolhi lutar pela minha família e faço o que for preciso para isso”, disse ela por telefone ao jornal.
Para a esposa de Renan, o pronunciamento do seu marido para o Senado a respeito do seu caso extraconjugal foi “inédito”. “Ninguém nunca foi para a tribuna fazer o que ele fez. Ele foi inédito. E eu também fui inédita.”
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“Renan foi a maior vítima nisso tudo. Ele e a criança. Ele, claro, também tem culpa, porque todo ser humano é falho. Mas todos sabem que existe um assédio em cima dos representantes do poder. Fiquei surpresa por ele ter caído…”, complementou.
Verônica afirma que não é verdade que o seu marido manteve um relacionamento de três anos com a jornalista. “Durmo com meu marido toda noite! Isso foi uma coisa rápida, no período em eu estava viajando, me preparando para ajudar na campanha política do meu filho [Renan Calheiros Filho, eleito em 2004 prefeito da cidade de Murici, em Alagoas].”
A esposa do peemedebista também desmente a versão de Mônica de Veloso sobre ameaças à jornalista. “Eu soube dessa história toda por uma carta anônima e acredito que foi ela quem mandou. Perguntei a Renan e ele me contou tudo, antes de a criança nascer. Depois disso recebi telefonemas anônimos. Cheguei a mudar o número do telefone de casa, mas ela descobria. E quando ela soube que esperava uma menina ainda telefonou para me contar, porque eu só tive filhos homens… Fiquei tão abalada com tudo isso que engordei mais de 20 quilos”, disse Verônica.
“Depois que ela engravidou, sumiu e só reapareceu com quatro meses. Renan assumiu a criança depois de um teste de DNA e pagou pensão, mas ela queria mais dinheiro. Ele me disse que ela estava ameaçando fazer chantagem, procurar a imprensa e contar tudo. Ela não fez nada por amor, fez por interesse. No primeiro encontro já estava gravando tudo.”
Em relação ao pagamento das despesas da criança e de Mônica, que teriam sido feitas em dinheiro vivo por Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Júnior, Verônica afirmou: “Eu não sabia quanto nem como ele dava dinheiro para ela. Mas o Cláudio é só nosso amigo, eu que fiz a aproximação. Quando Renan era deputado federal, convidei Cláudio e a mulher dele na época para jantar com a gente. Com o tempo nós fomos nos aproximando.”
Por fim, a esposa de Renan defende mais uma vez o seu marido: “Ele não é promíscuo, apenas errou, contou tudo a quem devia ter contado e se desculpou. Eu escolhi perdoar, mas antes disse a ele: ‘Se você estiver apaixonado por ela, eu seguro a barra, meu filho’. A princípio, sou contra separações. Mas não vou segurar um vaso todo colado porque uma hora as peças se soltam. Tenho base, tenho história política, tenho tradição de esquerda, atuei no PC do B. Casei aos 17 anos com o homem que amava e entre nós existe amor e companheirismo.” (Rodolfo Torres)
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