Numa clara resposta ao livro “Direito à Memória e à Verdade”, lançado pelo governo esta semana como uma versão oficial ao desaparecimento de opositores da ditadura militar, o comando do Exército contestou a publicação com uma nota. De acordo com o texto, assinado pelo general Enzo Martins Peri, diz que “fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas”.
Segundo o militar, pôr o assunto em debate agora revela “retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas”. Alem disso, Peri defende a lei da Anistia concedida aos militares. “A Lei da Anistia, por ser parâmetro de conciliação, produziu a indispensável concórdia de toda a sociedade”, continua o texto, divulgado na noite de ontem (31)
A nota revela o primeiro embate entre os militares e seu comandante hierárquico, o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na quinta-feira (29), na cerimônia de lançamento do livro, o ministro, um civil, disse que as Forças Armadas recebiam de forma “natural” a publicação. Mais: afirmou que não haveria reações. “Não haverá indivíduo que possa a isto reagir e, se houver, terá resposta”, declarou Jobim anteontem.
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