Em uma concorrida cerimônia, a posse dos ministros da Educação, Aloízio Mercadante, e da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, foi marcada pela precaução do governo em não transformar em palanque eleitoral o evento que aconteceu nesta quarta-feira (24) no Palácio do Planalto, em Brasília. No entanto, deu o tom dos discursos a saída de Fernando Haddad, que deixa o MEC para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PT. A primeira troca ministerial do ano marca o início da reforma anunciada pela presidenta Dilma Rousseff.
Lula é a estrela na cerimônia no Planalto
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Em seu discurso, o ex-ministro Fernando Haddad fez um balanço positivo de sua gestão, mas evitou falar de assuntos polêmicos, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que anualmente está envolvido em polêmicas e denúncias. Ele também não fez referências à disputa eleitoral que enfrentará este ano. Com a voz embargada, o ex-ministro afirmou que chegou resistir à ideia de deixar a pasta e que o faz de forma “relutante”.
“Deixo o ministério um pouco relutante porque é um ministério apaixonante, que empolga qualquer pessoa, sobretudo um professor, e o deixo na mão de uma pessoa da mais alta qualificação técnica e competência política para levar à frente essa revolução silenciosa”, declarou, em referência a Aloízio Mercadante, novo ministro da pasta.
O petista agradeceu ao apoio recebido pelo governo e exaltou a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente à cerimônia e principal articulador de sua pré-campanha pela prefeitura de São Paulo. Lula o nomeou ministro em 2005, durante o seu primeiro mandato. Haddad também elogiou a presidenta Dilma Rousseff e a agradeceu por tê-lo mantido no cargo em seu primeiro ano de governo.
No entanto, se Haddad não tocou em assuntos polêmicos, Dilma aproveitou a ocasião para fazer a defesa de alguns projetos da Educação. A presidenta avaliou que os resultados do governo federal na área foram bons, mas disse ser “inevitável” haver eventuais “desvios”.
Publicidade“Nenhum de nós é soberbo de achar que um projeto que se faz nasce perfeito. Agora há de reconhecer que um processo que abrange milhões de pessoas é inevitável que nos primeiros tempos você tenha alguns desvios. E esses desvio nós temos a humildade de reconhecer e corrigir, porque quem não é capaz de fazer isso não faz uma boa gestão”, disse a presidente. “Quero reconhecer que o Haddad é capaz de fazer isso”, concluiu.
Ela afirmou que elogia o Enem “por nenhum princípio de teimosia”, mas para defender um mecanismo que ajudou na democratização da educação.
Casamento
Para Dilma a cerimônia de hoje representa um casamento entre a educação e a ciência, tecnologia e inovação que “transformará o país”. O trabalho coordenado entre as duas pastas é uma orientação recorrente em suas reuniões no Planalto e para ela, o método tem gerado bons frutos. Segundo Dilma, os avanços geram oportunidades, palavra fundamental para o progresso do país.