Rodolfo Torres
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (14) um sistema específico de segurança para a realização de concursos públicos no país. “A vulnerabilidade dos concursos públicos é um dado que precisa ser enfrentado de peito aberto”, afirmou o ministro em audiência na Comissão de Educação e Cultura da Câmara.
Segundo o ministro, a experiência acumulada em órgãos do Estado deve servir para criar uma “estrutura de inteligência que garanta procedimentos de segurança em todos os concursos”. Para ele, a Câmara poderia ouvir entidades envolvidas na realização de concursos públicos para que esse instrumento possa ser aprimorado.
Haddad foi à Casa tratar do vazamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame, que deveria ter sido realizado entre os dias 3 e 4 de outubro, acabou sendo adiado. Será aplicado nos dias 5 e 6 de dezembro deste ano.
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Segundo o ministro, as empresas responsáveis pela impressão do Enem contrataram pessoas sem preparo para manusear as provas. O fato, segundo Haddad, não foi informado ao ministério. “Precisamos saber quem autorizou a criação desse ambiente onde se deu o delito.”
Fernando Haddad destacou que a Polícia Federal já indiciou cinco pessoas e que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) abriu auditoria para apurar a responsabilidade civil no episódio.
O cancelamento do exame prejudicou mais de 4 milhões de estudantes que tentavam entrar em universidades públicas, e causou um prejuízo de R$ 36 milhões aos cofres públicos.
O Enem foi cancelado no início de outubro após o ministro da Educação tomar conhecimento de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que apontava questões que seriam aplicadas no exame. O periódico paulistano denunciou que foi procurado por um homem que afirmava ter as provas. De acordo com o jornal, esse homem queria vender o material por R$ 500 mil.
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