A Coordenação Geral de Tratamento de Incidentes de Rede (CGTIR) do GSI considera “vazamento de informação” a “exposição de informações supostamente sensíveis, obtidas irregularmente por terceiros”. Apesar das informações contidas nos relatórios, o Planalto não divulga que tipo de dados os hackers conseguiram acessar nos computadores do governo, alegando questões de segurança. O governo também não contabiliza nos relatórios quantos dados estratégicos foram acessados de forma irregular.
A questão, no entanto, preocupa. Em comparação com 2013, o volume de informações que vazaram dos terminais do governo federal praticamente quadruplicou. Segundo os dados do GSI, em 2013 houve 107 casos de vazamento de informações dos computadores do governo federal.
Segundo informações do governo, esse crescimento do volume de dados acessados pelos hackers foi fruto de uma intensificação dos ataques de ativistas virtuais durante a Copa do Mundo. “Durante o referido evento, no período de 12 de junho de 2014 a 13 de julho de 2014, o CTIR atuou em parceria com o Centro de Defesa Cibernética – CDCiber, do Ministério da Defesa e com o Grupo de Resposta a Incidentes de Segurança para a Internet brasileira – na detecção e tratamento dos eventos de segurança de redes”, informam os relatórios do governo federal.
Sites
Apesar de ter ocorrido uma intensificação no volume de dados que saíram dos computadores do governo federal, em outras frentes os hackers não conseguiram tanto sucesso. As informações do GSI apontam que houve um crescimento da ordem de 8,9% na quantidade de sites atacados por ativistas virtuais no ano passado, em comparação com 2013, e uma queda de 2,7% no volume de sites que ficaram indisponíveis após ataques hackers.
Pelos dados do governo federal, o GSI registrou, no ano passado, 1.823 ocorrências denominadas de “abuso de sítio”, caracterizadas pelo comprometimento dos sites do governo ou de serviços dos sites governamentais. Em 2013, o GSI catalogou 1.682 casos do gênero.
Além disso, o GSI contabilizou 1.310 casos de “abuso de sítio” no ano passado, ocorrência registrada quando um site do governo sai completamente do ar. Esse tipo de registro acabou sendo menor em 2014 em relação a 2013, quando a área de defesa cibernética do governo federal registrou 1.347 ataques do gênero.
Para fontes ligadas à área de Segurança de Informação do governo federal, os dados revelam que não houve uma intensificação do combate aos crimes virtuais mesmo após as revelações do ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden. Ele revelou ao mundo que o governo dos Estados Unidos espionou diversos chefes de Estado, mesmo aliados, entre eles a presidente Dilma Rousseff.
Confira na íntegra os relatórios do GSI: