Após o parecer de Gurgel, a possibilidade de Feliciano ser absolvido pelo plenário aumenta. No entanto, mesmo com o pedido de absolvição, Lewandowski pode entender que o deputado é culpado e pedir a condenação. “Não se provou que o acusado pretendeu obter para si vantagem ilícita, mediante simulação de contrato”, disse o PGR no parecer. Ele acredita que a situação deve ser resolvida na esfera cívil, já que não foi possível descobrir quem foi o primeiro a descumprir o contrato assinado.
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Em 15 de março de 2008, o Estádio Municipal Silvio de Farias Correia, em São Gabriel (RS), município de 60 mil habitantes, a 320 km de Porto Alegre, reunia 7 mil pessoas para um show gospel. Uma das atrações era a dupla sertaneja Rayssa e Ravel. O encerramento, previsto para as 20h, seria feito pela principal estrela do dia, Feliciano, presidente da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, sediada em São Paulo. Conhecido pelo estilo enfático de suas pregações, ele atraiu caravanas de cidades vizinhas até São Gabriel.
Dona de uma produtora então recém-criada, a advogada Liane Pires Marques promovia, então, seu primeiro grande evento, o 1º Nettu’s Gospel, que se estendeu por todo aquele sábado. O evento era para 15 mil pessoas. A promotora disse ter pago cachê, hotel e passagens áreas, como pedido pelo deputado. No entanto, ele argumentou “motivos de força maior” para faltar à apresentação. De acordo com a advogada, o prejuízo teria sido de R$ 100 mil.