O presidente Lula anunciou hoje (23), em Buenos Aires, que um grupo composto pelos ministros do governo brasileiro, argentino e boliviano será criado para discutir novas fontes de produção de energia para a região.
O anuncio foi feito após a reunião trilateral, que contou com a presença dos presidentes da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner e da Bolívia, Evo Morales.
“Obviamente que a economia da Argentina crescendo a 8%, a do Brasil crescendo a 5%, a da Bolívia crescendo a 4% ou 5%, todos nós vamos precisar de mais energia e, portanto, nós criamos um grupo com os três ministros dos três países para que a gente possa, não apenas discutir gás em época de inverno, para a gente discutir quais as novas fontes de produção de energia de que nós precisamos”, disse Lula em entrevista aos jornalistas.
Partilha do gás
Na avaliação do presidente Lula, não haverá disputa entre Brasil e Argentina pelo gás boliviano. “Eu penso que no médio nós não vamos ter problema, porque a Bolívia vai poder suprir as necessidades, primeiro, do mercado interno, e depois, dos contratos que tem com Argentina e Brasil”, disse.
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Ontem (22), o presidente Evo Morales propôs redistribuir as cotas de gás entre a Argentina e o Brasil para resolver a atual crise energética dos “hermanos”.
O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, no entanto, já antecipou que o país precisa de “cada molécula” de gás que é fornecida pelos bolivianos. Isso representa, diariamente, cerca 30 milhões de metros cúbicos de gás. Já os argentinos recebem todos os dias cerca de 7 milhões e pretendem quadruplicar esse volume a partir de 2010. A demanda brasileira para o próximo inverno, no entanto, deve diminuir ainda mais a cota da Argentina.
Solidariedade
Lula também ressaltou que a política de solidariedade entre os países será importante para garantir aos investidores um ambiente estável para que possam realizar projetos ligados à produção de energia.
Agenda
O presidente Lula deve voltar ainda neste sábado para o Brasil. Já na segunda-feira (25) se reúne com integrantes das centrais elétricas para discutir a proposta de reforma tributária que deve ser enviada ao Congresso Nacional. (Erich Decat)
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