Cerca de dois meses antes do início da próxima legislatura (2 de fevereiro de 2019), mais cinco deputados se lançaram nesta quarta-feira (12) à disputa pela presidência da Câmara. Mas o anúncio surpreendeu pela forma: quem perder apoia quem ganhar em um eventual segundo turno. Fábio Ramalho (MDB-MG), atual vice-presidente da Casa, João Campos (PRB-GO), Alceu Moreira (MDB-RS), JHC (PSB-AL) e Capitão Augusto (PR-SP) compõem o grupo de candidatos em apoio mútuo.
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Em documento assinado nesta quarta-feira (12), os pré-candidatos assinaram um acordo de apoio mútuo para qualquer um deles que chegar ao segundo turno da disputa (veja abaixo a reprodução do documento).
O grupo fez um pronunciamento conjunto no Salão Verde da Câmara. Na companhia dos quatro colegas, Fábio Ramalho afirmou que eles estão alinhados à agenda do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
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“Nós queremos uma nova Câmara, uma Câmara que cuide dos parlamentares, os defenda, deixe que a oposição tenha o seu trabalho e faça com que o governo que está no palácio possa avançar com as reformas, elas são necessárias e urgentes ao Brasil”, disse o vice-presidente da Câmara.
Confira no vídeo abaixo:
Nos bastidores, os nomes que despontam como favoritos são, além do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). o vice Fábio Ramalho e João Campos, um dos líderes da chamada “bancada da evangélica”, grupo representante por uma Frente Parlamentar Evangélica do Congresso que reúne 198 deputados (e mais quatro senadores).
Embora Maia ainda conte com o apoio de diversos deputados de seu partido e do chamado centrão, agremiação partidária que sustentava o ex-deputado preso Eduardo Cunha (MDB-RJ), Maia esbarra no boicote dos parlamentares eleitos pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, em outubro passado. Além disso, ele representa o que se convencionou chamar de “velha política” em um contexto de alta taxa de renovação do Congresso, tanto na Câmara quanto no Senado.
Por sua vez, Fábio Ramalho conta com o apoio de um dos maiores partidos da Câmara, o seu MDB, e de parte significativa do chamado “baixo clero” – grupo de deputados de partidos menores e sem muita influência nos rumos da Casa. Nos bastidores, o emedebista já é tratado como presidente e, com seus já folclóricos banquetes de comida mineira no gabinete da vice-presidência, ganha a simpatia de colegas, assessores e visitantes a cada rodada de convescotes.
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