Tentando apaziguar os ânimos na base governista, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, disse hoje (8) que o governo vai atender às demandas da base aliada com o preenchimento de “algumas dezenas de cargos” de segundo e terceiro escalões em todo o país.
O assunto foi debatido nesta manhã por Múcio com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, em reunião realizada no Palácio do Planalto. "Hoje retomamos um trabalho que estava parado há 40 dias. Foi minha primeira reunião com o Dulci e o Paulo Bernardo para retomarmos a questão dos cargos regionais nos estados", afirmou o ministro das Relações Institucionais.
Na entrevista coletiva, Múcio negou que a retomada das nomeações de aliados nos estados tenha a ver com as votações no Congresso. "São demandas reprimidas há dez meses, por questões burocráticas, ou desentendimentos nos ministérios", disse.
Corte orçamentário
Segundo o ministro, ainda não estão detalhadas as áreas do orçamento que vão sofrer cortes para compensar parte das perdas decorrentes do fim da CPMF. A tesoura deve alcançar as emendas coletivas, de bancada e de comissões e até mesmo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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O governo pretende preservar as emendas individuais. Integrantes da base aliada e da oposição já sinalizaram descontentamento com a possibilidade de o corte avançar sobre suas emendas. É que as emendas individuais são importante instrumento político em suas bases eleitorais, sobretudo, em um ano em que cerca de um quarto dos deputados é pré-candidato a prefeito.
Às 18h30, Paulo Bernardo deve se reunir com o relator da Comissão Mista de Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), para discutir como esses cortes serão feitos. O presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), também deve participar do encontro. (Edson Sardinha)