Mário Coelho
Com a chegada da comitiva brasileira a Porto Príncipe, capital do Haiti, começa nesta quinta-feira (14) a condução do plano emergencial para enfrentar os problemas provocados pelo maior terremoto dos últimos 200 anos no país caribenho. De acordo com o Ministério da Defesa, cinco pontos devem ser atacados imediatamente: o sepultamento dos mortos, o socorro médico aos feridos, a remoção de destroços, o reforço da segurança nas operações e a distribuição de suprimentos, principalmente água e comida.
“Não podemos esperar. Se há problemas, temos de passar por cima dos problemas”, disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele comentou que, como o terremoto matou integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outros setores que atuam no Haiti, pode haver uma demora na resposta à tragédia. De acordo com a pasta, o ministro vai discutir o plano com o presidente do Haiti, René Préval, e com líderes religiosos ainda hoje.
Para retirar os escombros das casas e dos prédios em Porto Princípe, o Batalhão de Engenharia do Exército deverá receber reforço de 15 engenheiros e equipamentos pesados da construtora OAS, que realiza obras no Haiti e se ofereceu a ajudar nas ações emergenciais. Segundo o Ministério da Defesa, as equipes trabalharão na remoção de escombros de prédios destruídos, para liberar o trânsito, e para resgatar corpos e feridos.
Por causa do terremoto e das condições precárias que já existiam no país, a pasta avalia que “há um colapso nos serviços de saúde”. Tanto que, em frente ao batalhão brasileiro, existe um acampamento de pessoas feridas esperando atendimento médico. O ministério determinou que a Aeronáutica envie ao país um hospital de campanha, operado por 40 profissionais de saúde e com mil metros quadrados. A expectativa é de que seja embarcado nesta quinta-feira, do Rio de Janeiro. Outro hospital de campanha, da Marinha, deve ser montado em Porto Príncipe.
Os militares também estão preocupados com a falta de água e comida para a população. Para o Ministério, é necessário montar uma estrutura de armazenamento e distribuição dos alimentos. Ainda hoje o batalhão brasileiro da Minustah deverá concluir levantamento de áreas para armazenamento e de pontos de distribuição nas comunidades. Além disso, o Exército acredita que será preciso reforçar a segurança dos comboios de ajuda humanitária e de distribuição de alimentos e de ajuda médica. A avaliação é que, com o agravamento da situação, a população desesperada possa saquear os comboios e invadir os hospitais de campanha.
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