Em reunião com ministros realizada nesta segunda-feira (9), a presidenta Dilma Rousseff ordenou a criação da Força Nacional de Apoio Técnico de Emergência, grupo interministerial que atuará na prevenção de desastres naturais e reconstrução de municípios atingidos. O grupo também trabalhará na identificação de áreas sujeitas a deslizamentos e inundações, para que a Defesa Civil possa remover famílias que vivam nesses locais.
O anúncio foi feito após a reunião pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que contou ainda com outros seis ministros ligados à área de infraestrutura e atendimento à população. O grupo terá 35 geólogos e 15 hidrólogos atuando nas áreas de risco dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. As três unidades da federação foram afetadas pelas chuvas. De acordo com o ministro, já foram deslocados quatro geólogos para Minas Gerais, dois para o Espírito Santo e outros dois para o Rio.
Leia também
Os centros de operação e monitoramento deverão permanecer nos estados até o fim de março. O objetivo é que eles continuem atuando na prevenção e na reconstrução das cidades mais afetadas pelas chuvas. O governo também deverá adiantar o pagamento do Bolsa Família e liberar recursos do FGTS para moradores de municípios em situação de calamidade. De acordo com Bezerra, a presidenta também reabriu os créditos de um fundo nacional destinado à prevenção de catástrofes, que atualmente acumula R$ 444 milhões. Alguns municípios e estados já começaram a formalizar os pedidos de assistência para a população atingida e para ações de reconstrução.
Ainda segundo o ministro, Dilma quer ampliar o trabalho do grupo interministerial para além do período de chuvas, e identificar ações de médio e longo prazo para traçar políticas de investimento em reconstrução e prevenção.
Ao final da reunião, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou que desde o ano passado o governo tem trabalhado na área de prevenção a desastres naturais. A ministra coordenou o início da mobilização dos ministérios na ação para as chuvas. No entanto, Gleisi negou que a atuação do governo venha tarde demais, em vista das recentes catástrofes que atingem os estados do Sudeste anualmente. Para ela, agora o governo está agindo de forma mais preparada.
“Apoio e confiança”
Envolvido em denúncias de favorecimento político ao seu estado, Pernambuco, o ministro afirmou que conta com o apoio da presidenta Dilma Rousseff para continuar no cargo. Ele se reuniu com Dilma reservadamente hoje. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, 90% da verba destinada a prevenção de catástrofes foi destinada a Pernambuco, estado natal de Bezerra. Já a Folha de S. Paulo publicou que seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), teve todas as emendas liberadas para pagamento.
Ministério nega favorecimento a filho de ministro da Integração
PPS pede reunião da Comissão Representativa do Congresso
Ministro afirma que Dilma sabia dos repasses a Pernambuco
Gleisi Hoffmann nega intervenção na Integração Nacional
De acordo com Bezerra, todos os pontos questionados foram devidamente esclarecidos. “Se eu não contasse com o apoio e a confiança da presidenta Dilma, não estaria nesta solenidade”, afirmou o ministro na entrevista coletiva realizada após a reunião interministerial. Ele disse ainda que telefonou para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e pediu para prestar esclarecimentos à Comissão Representativa do Congresso Nacional . “[A ida ao Congresso] servirá para que eu possa tirar qualquer dúvida sobre a gestão da Defesa Civil no meu estado”, ressaltou o ministro.
Com informações do Blog do Planalto e da Agência Brasil