Edson Sardinha
O governo brasileiro anunciou ajuda na reconstrução do Haiti, devastado por um terremoto que atingiu ontem (12) 7 graus na escala Richter e provocou número ainda ignorado de mortos. Pelo menos cinco brasileiros – quatro militares e a médica sanitarista Zilda Arns – morreram, segundo informações iniciais.
Em encontro com os ministros da Defesa, das Relações Exteriores e do Gabinete de Segurança Institucional, o presidente Lula disse ter ficado chocado com a tragédia e pediu empenho aos auxiliares para prestar assistência aos brasileiros que moram no país mais pobre das Américas e também ao povo haitiano.
Uma das medidas definidas no encontro é a doação de 10 milhões de dólares e 14 toneladas de alimento ao Haiti. “O presidente determinou todos os esforços e disponibilizou o orçamento do ano inteiro do Itamaraty para o Haiti para atender as vítimas dessa tragédia. Como será a aplicação desses recursos de pouco mais de US$ 10 milhões será definido com o passar do tempo, porque temos muito poucas informações do que é preciso nesse momento”, disse Celso Amorim.
O ministro informou que vai discutir com a Organização das Nações Unidas (ONU) a melhor maneira de prestar ajuda humanitária às vítimas do terremoto. O Ministério da Agricultura divulgou que serão enviados alimentos, como açúcar, leite em pó e sardinha, em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Uma missão brasileira, chefiada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, viaja hoje para acompanhar a situação do país, localizado na América Central. O senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, também seguirá com a delegação. A médica sanitarista e pediatra estava no país para dar uma palestra. Como não há informações sobre a situação do aeroporto da capital, Porto Príncipe, o avião brasileiro fará uma escala em Boa Vista ou Belém para avaliar se há possibilidade de pouso.
O Exército brasileiro confirmou a morte de quatro militares: o 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, o 2º sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antônio José Anacleto e o soldado Tiago Anaya Detimermani, todos do 5° batalhão de Infantaria Leve, em Lorena (SP). Atualmente, 1.266 militares brasileiros participam de uma missão de paz da Organização das Unidas no País (ONU) no Haiti, país mais pobre das Américas.
O Exército também informou que há pelo menos mais cinco militares feridos: o tenente-coronel Alexandre José Santos; o capitão Renan Rodrigues de Oliveira; 3º sargento Danilo do Nascimento de Oliveira; o cabo Eugênio Pesaresi Neto e o soldado Welinton Soares Magalhães.
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