O governo federal decidiu adiar para 30 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições, a liberação de R$ 1 bilhão para auxiliar os produtores de soja na venda da produção. A medida faz parte do novo pacote agrícola que o presidente Lula prometeu ao governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), que desafiou o próprio partido na semana passada ao anunciar apoio à reeleição do petista. Blairo é conhecido como o “rei da soja”.
Ontem, os ministérios do Planejamento e da Agricultura negaram que a MP tenha caráter eleitoral e ressaltaram que o desembolso já estava previsto desde maio. A oposição, no entanto, já anunciou que entrará hoje com uma representação contra Lula, denunciando o presidente por abuso de poder econômico e administrativo.
"Apoio comprado"
Os oposicionistas acusam o petista de ter “comprado” o apoio do governador de Mato Grosso, que declarou apoio a Lula ao mesmo tempo em que anunciou que o governo federal liberaria R$ 3 bilhões para renegociar dívida de grandes agricultores. “É uma operação de compra e venda inadmissível em processo eleitoral. É um grande mensalão com um megamensaleiro”, acusou o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE).
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“É um crime confesso e explícito já que o governador Blairo declarou apoio em função das vantagens pecuniárias e administrativas”, complementou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Para o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, as acusações da oposição revelam que os adversários políticos de Lula não têm compromisso com o produtor rural e o agronegócio brasileiro. "Eu diria, como responsável pela política agrária, que o desejado era que [a medida provisória] fosse publicada imediatamente, o ideal é que fosse feita já, sobretudo quando estamos realizando o plantio. Mas para que não haja essa acusação, tomamos decisão de postergar a publicação para dia 30 [de outubro], infelizmente, face a essas acusações da oposição que mostram que ela não tem compromisso com o produtor rural e agronegócio", afirmou.
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