“Nós estamos nos armando para uma guerra com o procurador”, diz o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS).
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Os governistas contabilizam uma ligeira maioria na CCJ, primeira comissão a analisar o pedido de Janot, e querem aproveitar ainda a boa vontade da base aliada, que ainda promete cerca de 300 votos para rejeitar a denúncia do PGR em plenário, em uma segunda etapa. Os governistas repetem argumentos de que a conversa gravada, ainda em maio, entre o presidente Temer e o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, foi uma ação de bandido e que, por isso, não deve ser considerada legítima pelo plenário da Câmara.
Os governistas estão com pressa. Querem produzir um parecer que rejeite a denúncia do procurador antes do recesso parlamentar do meio do ano, com o objetivo de superar a primeira fase da disputa. A segunda fase será no plenário, já que, mesmo com uma hipotética rejeição na CCJ, o pedido de abertura de processo terá de ser submetido ao plenário da Casa. Neste caso, os governistas vão se agarrar a uma margem mínima de 172 votos para arquivar o caso.
“É ruim para o Michel (Temer) ficar nesta situação. Precisamos virar essa página e tocar a vida real que exige de nós aprovação das reformas”, defende Beto Mansur (PRB-SP), um dos melhores amigos do presidente. Mansur não vê crimes na conversa de Temer com o empresário Joesley e diz acreditar que, se a denúncia se pautar exclusivamente nas gravações da conversa, será rejeitada.
PublicidadeA dificuldade dos governistas é encontrar um relator na CCJ que tope rejeitar a denúncia do procurador no colegiado. Além de encontrar um nome disposto a se sacrificar pelo presidente, rejeitando o conjunto de acusações a ser apresentado por Janot, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não é exatamente um amigo do governo e pode aceitar manobras regimentais do plenário que dificultem a vida do presidente e, assim, abram espaço para o risco de aceitação da denúncia.
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