Descontentes com o tratamento recebido do Partido dos Trabalhadores, lideranças do PSB e do PCdoB articulam com o PDT e o PV, os mais novos aliados de Lula no governo de coalizão, a formação de um bloco de esquerda, com 77 deputados, que resultaria na terceira maior bancada da Câmara.
Segundo o presidente em exercício do PSB, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, os quatro partidos buscam se proteger contra o que consideram "hegemonismo" do PT na base do governo.
"O bloco fortalece a autonomia dos partidos de esquerda no Legislativo e, mesmo sem estar vinculado à disputa pela presidência, favorece Aldo", disse Roberto Amaral em entrevista à agência de notícia Reuters.
Caso o bloco seja consolidado, PSB, PCdoB, PV e PDT poderão ocupar cargos importantes na mesa diretora da Casa e controlar pelo menos três comissões permanentes. O movimento abala a posição do PT na coalizão de governo e pode favorecer a reeleição de Aldo Rebelo (PCdo-B-SP) na disputa contra o petista Arlindo Chinaglia (SP).
Com 77 integrantes, o bloco só seria superado pelo PMDB, que elegeu 89 deputados, e o PT, que ocupará 83 cadeiras.
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Amaral informou que foi incumbido de fazer as negociações com o presidente do PDT, Carlos Lupi, com quem conversaria ainda esta semana. Para negociar com a direção do PV, ficou escalado o futuro líder do PSB, Márcio França (SP). PDT e PV ainda não decidiram quem vão apoiar para a presidência da Câmara.
"O PT optou por um acordo com o PMDB", disse o deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES).
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