A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira convocou nesta quarta-feira (30) os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para prestar esclarecimentos sobre suas relações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Já o requerimento de convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), foi rejeitado. As oitivas ainda não têm suas datas marcadas.
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A votação deixou clara a disputa entre PT e PSDB na comissão, instalada há pouco mais de um mês para investigar as relações de Cachoeira com agentes públicos e políticos. Enquanto petistas votaram unidos para convocar apenas Perillo, os tucanos retrucaram com o depoimento de Agnelo. Além disso, o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), informou que o governador de Goiás que ser ouvido na CPMI nos próximos dias.
“O governador me ligou e disse que vem na próxima semana, que faz questão de falar. Ele esteve ontem aqui, mas o presidente da comissão disse que a sessão era administrativa e não poderia ser ouvido”, disse Araújo. “Não há nenhum pré-julgamento de algum governador. A CPI abre portas para a condenação mas também para um atestado de boa conduta”, completou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
No início da discussão, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), chegou a sugerir um novo adiamento da análise dos requerimentos de convocação dos governadores para 12 de junho. A proposta foi rejeitada pelos colegas, que acabaram definindo a votação individual de cada pedido. “As situações entre os governadores são diferentes, não sei o porquê dessa pressa, o que se está fazendo é uma disputa política”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Enquanto a divisão entre tucanos e petistas ficou clara nos requerimentos de Agnelo e Perillo, foi com a ajuda do PSDB que Sérgio Cabral acabou escapando da convocação. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) defenderam que o pedido seja analisado mais para frente, “quando houver mais indícios”. “Temos que assumir a responsabilidade no voto, eu não quero saber das confusões entre PSDB e PT”, disparou o senador Pedro Taques (PDT-MT).
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No início da sessão administrativa, a CPMI adiou a quebra de sigilo do governador de Goiás e de três deputados citados como envolvidos com o bicheiro: Sandes Júnior (PP-RJ), Stepan Nercessian (sem partido-RJ) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Depois, a comissão aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de 19 empresas citadas nas investigações.
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