O ex-senador prestou depoimento aos investigadores da Lava Jato em dezembro do ano passado sobre as denúncias feitas contra ele pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Lava Jato. Segundo o empresário, Gim recebeu R$ 5 milhões da UTC para evitar convocação na CPI da Petrobras. Ainda de acordo com o depoimento do empreiteiro, o DEM ficou com a maior parte, R$ 1,7 milhão, o PRTB e o PMN receberam R$ 1,15 milhão cada e o PR, mais R$ 1 milhão. Esses partidos faziam parte da coligação pela qual Gim tentou, sem sucesso, se reeleger senador.
Leia também
Em seus relatos, Ricardo Pessoa afirmou que os pagamentos foram feitos entre 2013 e 2014, quando Gim ocupava a vice-presidência da comissão. O empreiteiro conta que esteve na casa do petebista três vezes para pedir ajuda ao senador para blindar as construtoras nas investigações da CPI. Durante as conversas, o empresário perguntou se Gim garantia que não seria convocado para depor. “100% ninguém garante, mas 90% sim”, disse o então senador, segundo Ricardo Pessoa.
A defesa de Gim também listou como testemunha o ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, o ex-senador e ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), o ex-senador Hugo Napoleão (PSD-PI) e o diretor das comissões de inquérito do Senado, Dirceu Vieira Machado. Gim Argello é o primeiro réu da Lava Jato que chama praticamente só políticos para sua defesa.