O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu depoimento que seria prestado pelo senador, Aécio Neves (PMDB-MG), para a Polícia Federal e autorizou que o tucano tenha acesso aos depoimentos já prestados no inquérito que investiga sua suposta participação no esquema de corrupção em Furnas, empresa subsidiária da Petrobras. Um dos alvos da Operação Lava Jato, Aécio seria ouvido nesta quarta-feira (26).
O acesso aos depoimentos era um dos pedidos da defesa de Aécio Neves, que só queria deixá-lo prestar esclarecimentos após ter acesso aos relatos das testemunhas de acusação. A Polícia Federal defendia, como estratégia de investigação, que o senador fosse interrogado antes de tomar conhecimento sobre outros depoimentos colhidos no inquérito.
Leia também
“É direito do investigado tomar conhecimento dos depoimentos já colhidos no curso do inquérito, os quais devem ser imediatamente entranhados aos autos”, disse Gilmar Mendes, determinando que todos os depoimentos já colhidos sejam juntados aos autos do processo para que os advogados do senador tenha acesso. Desde que o inquérito foi aberto, em maio de 2016, Aécio nunca prestou depoimento.
Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que Aécio recebia valores mensais por meio da Bauruense, empresa de sua irmã, que tinha contratos com a estatal. De acordo com o doleiro, o PSDB e o PP tinham influência política nas indicações das diretorias da estatal.
Também em delação, o ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) acusou o senador de ter recebido propina da usina hidrelétrica de Furnas. Segundo os relatos do petista, que hoje pediu desfiliação do partido, Aécio agiu para maquiar informações do Banco Rural em poder da CPI dos Correios, presidida por Delcídio entre 2005 e 2006.
A acusação de que Aécio recebeu propina originada em Furnas foi feita em um depoimento dado por Delcídio em 12 de fevereiro. Na ocasião, o petista diz que o tucano recebeu o dinheiro ilícito de Furnas “sem dúvida”. Segundo Delcídio, o senador tucano tem uma ligação “muito forte” com o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo.
Publicidade