Lideranças do PSB não receberam bem a forma como o nome de Bazileu Margarido, aliado de Marina, foi indicado pela candidata para desempenhar a função. Líderes do partido argumentaram não ter garantias de que os contratos firmados pelo ex-governador de Pernambuco serão honrados, o que poderia respingar futuramente na executiva, já que o presidente e o tesoureiro do PSB seriam corresponsáveis por honrar os pagamentos.
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Com a crise de confiança instaurada, dois dos integrantes da executiva mais próximos de Eduardo Campos – Carlos Siqueira e Milton Coelho – orquestraram um movimento para segurar o ímpeto dos integrantes da Rede Sustentabilidade, levantando durante a reunião da executiva nacional a sugestão de que o deputado federal Beto Albuquerque (RS) assumisse a posição de candidato à Presidência, e não a de vice, como acabou ocorrendo.
Foi em virtude desse debate que a reunião se prolongou por quase seis horas. Os integrantes da Rede se irritaram, pois estavam certos de que a reunião da executiva seria apenas pró-forma para homologar a indicação de Marina, que já havia recebido o aval da família Campos.
Personificado em Carlos Siqueira, o embate foi a forma que o PSB encontrou de conseguir espaço para opinar em algumas questões caras ao partido e que eram tocadas por Eduardo Campos, como, por exemplo, o apoio financeiro a alianças que Marina rejeita nos estados. Secretário-nacional da sigla, Siqueira era o coordenador da campanha do ex-presidenciável, morto no último dia 13 em um desastre aéreo. Ele deixou o comando da campanha com forte ataque à nova presidenciável. “Da senhora Marina Silva eu quero distância. Não participo da campanha de Marina. Ela não é do PSB”, declarou na última quinta-feira (21).
PublicidadeDistantes da campanha, Carlos Siqueira e Milton Coelho entraram em cena para fazer contrapeso à força de Marina, colocando-se publicamente contra eventuais interesses da legenda que a candidata possa contrariar ainda durante a corrida presidencial. Com a pressão pública, o PSB conseguiu emplacar o nome do deputado federal Márcio França (SP) para dividir com Bazileu Margarido, representante de Marina, a coordenação financeira da campanha.
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