“O poder de Dilma, a gestão Dilma, vai se desmilinguindo, esfarinhando, a gente viu isso em vários momentos, no momento do Jango (1964), do Collor (1992), por razões diferentes e de formas diferentes. Ela pode reagir? Pode, ela pode tentar assumir o comando”, disse o ex-presidente que depois complementou.
“Mas como? Tem que mudar de base? Quando os ventos são favoráveis, você reconstrói facilmente a sua base de sustentação. Mas a economia não vai bem e nós passamos de um presidencialismo de coalizão para um presidencialismo de cooptação. Isso muda muitas coisas porque distorce as instituições de representação”, complementou.
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Ainda na entrevista, FHC explicou por qual motivo pediu a renúncia de Dilma nas redes sociais no final do mês passado. “Fiz uma declaração no Facebook em que eu dizia: ‘ou ela renuncia, ou ela assume a liderança, ou nós vamos ficar no ramerrão, que vai continuar sendo movido pela crise econômica e pela Lava Jato’. Como o poder está se esfarinhando, a maneira menos dolorosa de se fazer uma passagem seria ela entender que isso é necessário”, analisou FHC.
“Mas eu sei que é difícil, seria difícil para qualquer um. Dilma provavelmente não acha que está num beco sem saída, e eu também acho que ela ainda não está. Eu coloquei uma hipótese, coloquei um caminho: ou a renúncia ou fica tudo como está ou ela assume o comando”, complementou o ex-presidente.
Ainda na entrevista, FHC criticou o ex-presidente Lula e as movimentações dele para voltar ao governo em 2018. “O Lula tem idade para poder aspirar voltar ao poder, voltar a governar. Só fica ruim quando ele, como expresidente, acelera a divisão no País. Você, quando força a divisão de um país, a reconstrução leva muito tempo. Eu não acho que seja saudável”, declarou. “O PT tem que aprender que hoje ele manda e amanhã vai obedecer e, quando ele obedecer, não queira arrasar com quem está mandando”, pontuou.
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