Gerente de engenharia de custos da Petrobras, Alexandre Rabello afirmou nesta quarta-feira (18) que o custo inicial previsto em US$ 2,4 bilhões para construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi apresentado pela área de Refino e Abastecimento da estatal, que era comandada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para desbaratar esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
Em depoimento à CPI da Petrobras instalada no Senado, Rabello disse que o setor responsável por estimativas de custos da estatal não calcula o valor total das obras. Segundo ele, variações no valor final de obras, como a da refinaria Abreu e Lima, podem ocorrer em decorrência de fatores econômicos, por exemplo.
“O investimento como um todo se compõe de outras partes que não passam pela área de engenharia de custo. Daí então nossa dificuldade de ter uma visão integrada do investigamento como um todo. O que podemos dizer é que os ativos para os quais foram feitas estimativas de custos e que foram licitadas, esses podemos afirmar que estão, na visão da Petrobras, compatíveis com os valores de mercado”, disse Rabello.
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De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o valor inicial de Abreu e Lima, que ainda não está pronta, foi estimado em US$ 2,4 bilhões, mas o seu custo deverá chegar a US$ 18,5 bilhões. Foram constatadas irregularidades na obra.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Costa afirmou que a estatal petrolífera fez uma conta de padeiro para elaborar as estimativas de gastos com a construção de Abreu e Lima. “Quer dizer que a ‘conta de padeiro’ foi feita pela pessoa que disse que houve ‘conta de padeiro?'”, indagou a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). O gerente da Petrobras não quis comentar a expressão “conta de padeiro”, alegando que seu setor não participa de todos os processos de elaboração de gastos de uma refinaria, e afirmou nunca ter se encontrado com Paulo Roberto Costa.
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