O assessor da liderança do PP, João Cláudio Genu, negou hoje que tenha sacado R$ 4,1 milhões das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do mensalão, na agência do Banco Rural em Brasília (DF). Genu, que depõe no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, disse que retirou R$ 700 mil sob a orientação do líder afastado do partido na Câmara, José Janene (PR). Na época, Janene não estava na liderança.
O dinheiro, segundo Genu, foi utilizado para pagar o advogado do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), que respondia a processo por compra de votos. O assessor afirmou que o deputado acreano visitava com freqüência os gabinetes de Janene e do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), em busca de dinheiro para seu advogado. “Ele chegava sempre aflito atrás de dinheiro”, afirmou Genu. Em depoimento ao Conselho na manhã de hoje, Correa confirmou que o partido pagou os advogados de Ronivon.
Genu está sendo ouvido como testemunha do processo aberto no Conselho contra Pedro Corrêa. Ele afirmou ter recebido um telefonema do contador nacional do PP, que lhe orientou a fazer os saques. Como ele não conhecia o contador, chegou a consultar Janene e o presidente do PP e recebeu a autorização deles.
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O assessor entregou ao presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), uma declaração escrita de que entregou, no diretório nacional do partido, os R$ 700 mil sacados. O documento é de 18 agosto deste ano, e tem a assinatura de Corrêa.