O ex-presidente nacional do PT José Genoino lançou ontem (21), em São Paulo, o livro “Entre o sonho e o Poder”. Na publicação, o candidato a deputado federal contou o que foi, segundo ele, o mensalão. “Essa palavra virou uma espécie de marca política para qualificar e condenar o PT e políticos da base do governo”.
No depoimento à jornalista e historiadora Denise Paraná, Genoino disse que o mensalão é “conceito indutivo, não dedutivo”, é “preconceito”. Durante o evento, Genoino afirmou estar “cada vez mais apaixonado pelo PT” e que não quer mais ser estrela. “Não quero mais ser manchete. Prefiro fazer política com as bases”, declarou.
Sem constrangimento
Genoino foi prestigiado por petistas ilustres, como José Dirceu, o candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, Marta e Eduardo Suplicy. Questionado por repórteres se existe constrangimento do presidente Lula de aparecer ao lado de parlamentares envolvidos no esquema do mensalão, o ex-ministro José Dirceu disse que não.
“O Lula não teve constrangimento nenhum com o João Paulo. É uma mentira da imprensa. O Lula convidou o João Paulo para vir para a frente do palanque e ele é que não aceitou, como eu não aceitaria também”, relatou Dirceu.
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Ao ser perguntado se aparecer ao lado dos parlamentares mensaleiros tiraria votos, Dirceu foi reticente: “Isso é um outro problema. Isso é o eleitorado que vai dizer”. Segundo o ex-ministro, se conviver com os mensaleiros na campanha fosse motivo de constrangimento o PT deveria ter negado a eles a legenda para a eleição.
“Eu faço campanha para o João Paulo com o maior prazer, para o Genoino, para o Palocci. Eu estou absolutamente tranqüilo. Fui absolvido na CPI dos Bingos, no caso Santo André e vou ser absolvido no STF”, afirmou Dirceu.
O ex-ministro também anunciou que sua prioridade é reeleger Lula e aguardar sua absolvição no Supremo. Só depois, afirmou Dirceu, pensará na tentativa de anular a cassação do mandato.