Depois de afirmar que somente um milagre salva a sua candidatura à Presidência da República, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) afirmou ontem que não abre mão da disputa. Disse que não vai encerrar a greve de fome – que hoje completa sete dias – e que vai à convenção do PMDB no próximo dia 13, concorrer com o ex-presidente Itamar Franco (MG) à vaga do partido para disputar a sucessão presidencial.
“Estou me sentindo fraco fisicamente, mas estou espiritualmente muito forte e com minhas convicções renovadas. Quando disse que minha candidatura só seria salva por um milagre, as pessoas pensaram que eu ia desistir, mas não vou. Vou à convenção, vou lutar, mesmo reconhecendo a dificuldade”, afirmou.
Até ontem, o ex-governador já havia perdido 4 kg. Desde sexta-feira, ele adicionou soro fisiológico à dieta, que vinha sendo só de água desde o início da greve de fome. O protesto foi iniciado no domingo passado para protestar contra o que o pré-candidato considera uma perseguição da imprensa e do governo Lula.
Perguntado se deixaria a greve de fome antes da convenção, ele foi evasivo. “Não sei. O tempo dirá. Mais importante do que o homem são as suas idéias”.
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Ontem pela manhã, Garotinho conversou com o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), membro da comissão enviada a Washington para levar ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) o pedido de intervenção internacional no processo político brasileiro feito pelo ex-governador. Picciani contou que a comissão foi recebida pelo chanceler argentino Dante Caputo, que prometeu uma resposta até esta segunda-feira (8).
A culpa é de Lula
Ontem, no programa de rádio “Fala, governadora” – da mulher Rosinha Matheus, governadora do Rio de Janeiro – ele disse que se “algo” acontecer a ele, a responsabilidade será do presidente Lula.
“Com Calheiros, Sarney, Globo, os banqueiros contra mim, é muito difícil que consiga a candidatura, só um milagre, mas sou pessoa de muita fé. (…) Quero deixar registrado que, se alguma coisa me acontecer, os responsáveis chamam-se Lula, Globo, Veja e bancos”, disse no rádio.
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