O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho classificou de “absurda” a denúncia de formação de quadrilha armada, feita pelo Ministério Público Federal e aceita pela Justiça, contra a sua pessoa. Garotinho afirma que uma diligência de busca e apreensão da Polícia Federal foi feita hoje em sua casa e ressalta a sua inocência. “Nenhum crime foi por mim praticado”, afirma o ex-governador.
Hoje, a Polícia Federal prendeu o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB-RJ), ex-chefe da Polícia Civil do Rio, suspeito de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção passiva e facilitação ao contrabando. Lins é um dos alvos da Operação Segurança Pública S/A, que conseguiu do Tribunal Regional Federal da 2ª Região sete mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão.
Lins comandou a Polícia Civil nas gestões de Garotinho e da mulher dele, Rosinha Garotinho (PMDB). Os policiais federais também realizaram busca no apartamento de Lins em Copacabana. Ele foi preso em flagrante delito e transferido para a sede da Superintendência da PF no Rio. No entendimento da Polícia Federal, Álvaro Lins está em crime permanente de lavagem de dinheiro por morar em apartamento comprado com verba suspeita.
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“A acusação baseia-se no fato de alguns policiais terem sido substituídos em determinadas Delegacias para privilegiar um suposto esquema de favorecimento. A transferência ou substituição de policiais não pode servir para fundamentar uma acusação de crime, pois, se fosse assim, o crime eventualmente praticado por um guarda municipal seria, por sua vez, de responsabilidade do prefeito”, argumenta Garotinho. (Rodolfo Torres)
Confira a nota publicado no blog de Garotinho
Em defesa da honra
Na data de hoje, minha residência foi alvo de uma diligência de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, sob a absurda acusação de formação de quadrilha armada. Trata-se de uma violência inaceitável, dentro do estado democrático de direito, cujos responsáveis serão, no momento oportuno, devidamente interpelados, uma vez que nenhum crime foi por mim praticado.
A acusação baseia-se no fato de alguns policiais terem sido substituídos em determinadas Delegacias para privilegiar um suposto esquema de favorecimento.
A transferência ou substituição de policiais não pode servir para fundamentar uma acusação de crime, pois, se fosse assim, o crime eventualmente praticado por um guarda municipal seria, por sua vez, de responsabilidade do prefeito.
Neste caso específico, a substituição do policial deveu-se a uma correspondência a mim dirigida pelo Presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, na qual relatava o fato de uma importante empresa multinacional situada na Baixada Fluminense ter sido vítima de extorsão por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Por sua contundência, acolhi imediatamente a denúncia, adotando a medida administrativa cautelar cabível. Esta atitude é diametralmente oposta à interpretação dada pelos que me acusam, pois destinava-se exatamente a preservar o interesse público.
Reagirei, como sempre, com todas as minhas forças a qualquer tentativa de macular meu nome e minha honra.