Um dos maiores desafetos do governo Lula no primeiro mandato, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) defendeu hoje o apoio incondicional do partido à coalizão lulista. Em discurso na convenção do PMDB, o ex-governador disse que não há mais espaço no partido para fazer oposição ao Palácio do Planalto. "Aqueles que fazem o jogo dúbio não terão mais espaço no PMDB. O PMDB não faltará ao governo do presidente Lula", disse.
Apesar de declarar que o PMDB não pode ser uma "sucursal do PT", mandou um recado de apoio ao presidente Lula: "Vossa Excelência tenha a certeza de que o PMDB andará unido pelo desenvolvimento do Brasil". Segundo o ex-governador, que fracassou no ano passado ao tentar se lançar candidato da legenda à sucessão presidencial, Lula terá o PMDB ao seu lado "em todos os momentos em que a direita tramar contra o governo, que o PFL e o PSDB tentarem armar contra o presidente".
Crítico do primeiro mandato do presidente Lula, Garotinho se viu isolado com a aliança entre Lula e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de quem está cada vez mais distante politicamente. A convenção do PMDB deve seguir até as 17h, quando o atual presidente, o deputado Michel Temer (SP), terá sua reeleição confirmada. Ele é o único candidato desde que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim saiu da disputa, alegando interferência do governo na eleição do partido.