O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse agora há pouco que não há condições de não sair candidato à presidência do Senado, como o nome do PMDB. “Sou candidato de qualquer jeito.” Ele não se classificou como um nome do governo ou da oposição: “Sou candidato do consenso”.
A indicação de Garibaldi tem defensores de peso entre os senadores. Um dos fundadores do PMDB, Jarbas Vasconcelos (PE), cujo nome foi excluído pela própria bancada sob o argumento de que a oposição não aceitaria sua indicação, disse ao Congresso em Foco que o senador potiguar é o sucessor ideal de Renan Calheiros.
“Eu me comprometi com Garibaldi, porque eu defendo o princípio da proporcionalidade, e no caso a indicação é do PMDB. Dos nomes cogitados, para mim Garibaldi é o melhor de todos”, disse Jarbas, referindo-se indiretamente a peemedebistas “presidenciáveis” como Gerson Camata (ES), Neuto De Conto (SC) e Valter Pereira (MS).
Também Demóstenes Torres (DEM-GO) considerou Garibaldi como um dos melhores nomes para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou à presidência da Casa hoje (4). “Ele transita bem, é tranqüilo, tem o poder de entender o que você diz. É alguém que compõe”. Garibaldi é o único candidato declarado à sucessão de Renan Calheiros.
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O senador goiano voltou a dizer ser importante cassar Renan hoje para melhorar a imagem do Senado e não fortalecer demais o Executivo. “A permanência de Renan interessa a quem? Ao Poder Executivo, para dizer que o Legislativo é uma desorganização”, avaliou Demóstenes.
História da carochinha
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) reagiu ironicamente às declarações do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), de que os tucanos poderiam abrir mão de indicar um sucessor a Renan Calheiros. "Isso é história da carochinha. O governo tem candidato, e a oposição também. Serão dois candidatos no mano a mano, o resto é conversa", disse o peemedebista.
Um dos primeiros oradores a usar a tribuna na sessão de hoje, Arthur Virgílio declarou, depois de Renan Calheiros ter lido seu discurso de renúncia, que, se fosse o caso, o PSDB não apresentaria um nome para a sucessão. Além do comentário do líder tucano, Wellington Salgado também falou de forma irônica sobre a candidatura de Garibaldi Alves. "Hoje ele não pôs perfume, o terno e a gravata não estão bem passados", brincou.
Depois de ler seu discurso, Arthur Virgílio disse à imprensa que o governo queria dar "dois golpes" na oposição: um seria fazer a votação do novo presidente da Casa já amanhã (05); o outro, segundo o tucano, seria realizar na próxima terça-feira (11) uma discussão sobre as regras que determinariam os procedimentos de escolha. "O regimento determina cinco dias úteis a partir da publicação [da renúncia]. Quarta-feira está ótimo", disse Virgílio, apontando uma data que considera ideal para a votação que escolherá o novo presidente.
Segundo ele, esse pequeno prazo seria suficiente para o PSDB avaliar qual o melhor caminho a ser seguido. "Vamos trabalhar paralelamente as coisas. Se eles [governo] apresentarem um nome aceitável, aí acaba a discussão e está tudo acertado."
Já Renato Casagrande (PSB-ES) aposta no consenso, como apregoa o próprio candidato Garibaldi Alves, para que os ânimos no Senado atinjam a condição ideal. "Se pudéssemos ter uma candidatura por unidade, seria excepcional", declarou o senador capixaba, mas com ressalvas. "O PMDB não pode errar a mão e escolher alguém que tenha rejeição de um lado e do outro", disse, sugerindo que o PMDB teria, naturalmente, a prioridade na indicação, por ter a maior bancada na Casa. (Fábio Góis e Eduardo Militão)