Por 13 votos a seis, a bancada do PMDB no Senado acaba de indicar o senador Garibaldi Alves (RN) para concorrer à presidência da Casa. O potiguar derrotou o gaúcho Pedro Simon, cuja candidatura foi lançada por um movimento suprapartidário encabeçado pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
Garibaldi contou com o apoio de outros dois candidatos que retiraram seus nomes da disputa minutos antes da reunião da bancada: Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO). Neuto de Conto (SC) também abriu mão da pré-candidatura, mas declarou apoio a Simon. A votação foi secreta.
O vencedor, no entanto, estava sendo apoiado pelo governo e pelos dois últimos ex-presidentes da Casa, José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). "Garibaldi é um homem experiente, tem todas as condições de promover a unidade", afirmou Sarney ao deixar a reunião.
Postura conciliatória
Ao Congresso em Foco, Garibaldi Alves explicou por que seu nome foi preferido ao de Pedro Simon: "Eu posso não ter os méritos do Simon, mas acredito que me escolheram porque eu tenho uma postura mais conciliatória".
Leia também
Visivelmente chateado com o resultado da reunião, Pedro Simon atribuiu a escolha de Garibaldi às orientações do Palácio do Planalto. "O presidente Lula disse que sou imprevisível", reclamou o senador gaúcho atribuindo a fala de Lula "ao que saiu nos jornais".
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), preferiu não entrar na polêmica. Disse que não comentaria a crítica de Simon e afirmou que se ele perdeu a eleição na bancada foi porque não buscou votos. "A disputa foi democrática. É o candidato que tem de buscar votos", argumentou.
Após dar as entrevistas, Garibaldi Alves e Valdir Raupp se reuniram para traçar as estratégias para conquistar o apoio da oposição em torno da candidatura do senador potiguar.
A expectativa é de que a eleição do novo presidente do Senado ocorra amanhã (12). Por tradição, o cargo é ocupado pelo indicado pela maior bancada. Título ostentado hoje pelo PMDB, com 20 senadores. Apenas a senadora Roseana Sarney (MA), que está hospitalizada, não participou da reunião.
CPMF
Já como candidato oficial do PMDB na disputa pela presidência do Senado, Garibaldi Alves disse que não irá entrar na briga por votos na CPMF. "Meu voto será a favor. Mas eu nem acabei de disputar uma eleição, ainda tenho que disputar outra e já querem que eu entre em uma terceira disputa [para conseguir votos para a CPMF]. Assim vai haver um esgotamento eleitoral", brincou o senador potiguar.
Hoje mais cedo, o presidente em exercício do Senado, Tião Viana (PT-AC), reforçou sua intenção de votar a prorrogação da CPMF nesta tarde (leia mais), embora representantes do governo já tenham expressado a intenção de adiar a votação para amanhã (12). (Soraia Costa)
Matéria atualizada às 11h58
Leia também
Indicação de Garibaldi é bem recebida por senadores