Diante da expectativa em torno da criação de um novo tributo, a Contribuição Social para a Saúde (CSS), aprovada ontem (11) na Câmara, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), avaliou, na manhã desta quinta-feira (12), que a discussão entre os senadores será acirrada. “O resultado da votação na Câmara é uma advertência. Pode passar no Senado, mas não vai ser fácil”, disse.
Contrário à matéria, Garibaldi afirma que vai trabalhar para que os senadores encontrem uma alternativa. A CSS foi apresentada pelos governistas como fonte de recursos para financiar a Emenda 29, que prevê mais recursos para a saúde. “Essa cobrança não me pareceu a mais viável, a mais apropriada para atender ao sentimento da sociedade. Mas reconheço que precisa ter recursos”, declarou. O presidente do Senado não apontou, porém, uma solução.
Em relação à votação da matéria, Garibaldi disse que o “governo terá que correr contra o tempo”. O Congresso tem mais quatro semanas de trabalho antes do recesso de julho. A pauta do Senado está trancada por quatro medidas provisórias. “Vamos priorizar. Mas eu faço a pauta de acordo com os líderes”, ponderou.
Leia também
Peças-chave
Foi o Senado que, em dezembro do ano passado, enterrou a CPMF. Agora com um novo imposto nos mesmos moldes, governistas terão de se articular para garantir que a CSS passe na Casa. Aliados deverão correr atrás dos votos dos indecisos e convencer parlamentares que mudaram de posição desde o final do ano passado.
Entre os que votaram a favor da CPMF e agora se dizem contra a nova tributação, está o senador Pedro Simon (PMDB-RS). O parlamentar gaúcho garante que irá votar contra a CSS e que vai propor que a matéria seja anexada à proposta da reforma tributária. “Voto contra. Vou analisar melhor a matéria quando chegar à Casa. Mas acho que ela deveria ser incluída na proposta de reforma tributária”, avaliou.
Levantamento feito pelo Congresso em Foco em 29 de maio mostrou que pelo menos sete dos 45 senadores que votaram a favor da prorrogação da CPMF, em dezembro, devem votar contra da criação da nova contribuição para a saúde. Os senadores Osmar Dias (PDT-PR) e Francisco Dornelles (PP-RJ) foram considerados pelo líder do DEM, José Agripino (RN), como peças-chave na votação. Agripino, assim como todos os seus colegas de partido, é contra a aprovação da CSS.
No time de Dorneles e Osmar, estão os também governistas Renato Casagrande (PSB-ES), João Vicente Claudino (PTB-PI), Gerson Camata (PMDB-ES) e Patrícia Saboya (PDT-CE). Todos são contra a criação da chamada nova CPMF. (Renata Camargo)