O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), falou há pouco ao Congresso em Foco sobre o requerimento apresentado ontem (13) pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para que o peemedebista explicasse as declarações que proferiu durante a votação do orçamento.
Diante reação oposicionista ao excesso de medidas provisórias e à manobra do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que propiciou, na madrugada de terça (11) para quarta-feira, a rápida aprovação da MP que cria a TV Brasil, Garibaldi avisou que não tomaria partido: "Pretendo continuar a ser um presidente independente. Não vou me submeter nem à exorbitância, como a oposição se comportou ontem, nem às ameaças e recados do presidente da República".
Para Garibaldi, o episódio não passou de má interpretação de seu discurso. “As ameaças a que me referi não têm nada de reservado, de secreto. São essas ‘ameaças’ que o presidente [da República] faz nos discursos, dizendo que vai [ia] editar uma enxurrada de medidas provisórias, que vai mandar crédito extra se o orçamento não fosse votado”, revelou o senador à reportagem.
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Garibaldi não quis polemizar o assunto com o tucano. “O senador Arthur Virgílio parece que tomou isso [a menção de ‘ameaças’ e ‘recados’] como uma coisa secreta”, resumiu, adiantando como responderá ao requerimento de explicações apresentado ontem pelo colega de Parlamento. “Eu vou responder dizendo isso [o que disse ao site].”
Virgílio disse ontem querer três respostas do presidente do Senado: que ameaças teriam sido endereçadas a Garibaldi pelo presidente Lula; quais foram os recados; e quem seria o portador das “ameaças e recados”. “O que ele disse foi extremamente grave”, afirmou Virgílio ao Congresso em Foco. “O presidente [do Senado] tem a obrigação moral de dizer o que aconteceu. Ele não tem como tergiversar.” (Fábio Góis)