O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou nesta terça-feira (2) que já autorizou investigações para verificar a possibilidade de grampos nos telefones do Senado. A investigação foi movida pela suspeita de que a interceptação telefônica feita em conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tenha partido de telefones do Congresso.
“Já mandei investigar. Já ouvi o diretor-geral [Agaciel Maia] e acho que o afastamento temporário da diretoria da Agência Brasileira de Inteligência [Abin], iniciativa tomada pelo presidente da República, foi a providência correta”, disse Garibaldi à Agência Senado.
Na manhã desta terça-feira, o chefe de gabinete do Senado, Florian Madruga, afastou as possibilidades de haver grampos telefônicos em aparelhos da Casa. “Acredito que houve um grampo indireto. Grampearam um telefone do STF [Supremo Tribunal Federal] e o senador Demóstenes foi grampeado indiretamente. Nossos telefones fixos e a nossa central são praticamente imunes a grampos”, disse Florian ao Congresso em Foco.
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Ontem Garibaldi pediu explicações ao diretor Agaciel sobre uma possível violação da central telefônica da Casa. Segundo Agaciel, a central funciona dentre de uma sala-cofre, que pode ser acessada apenas mediante senha, o que dificulta a realização de grampos.
“Não se pode acessá-la sem deixar registrado ali o login e a impressão digital. É um acesso restrito e altamente identificável. É praticamente impossível a um estranho entrar ali”, disse Agaciel.
Na Câmara, parlamentares, no entanto, pedem maior apuração do caso. “Se a central está em um cofre, alguém possui uma chave ou um segredo. Se há grampos, quem foi que violou? O Garibaldi deve fazer o dever de casa e resolver isso. Esse negócio de escuta está virando brincadeira”, disse o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
O Congresso em Foco entrou em contato com o diretor da Secretaria de Telecomunicações do Senado, Carlos Muniz, mas ainda não obteve retorno. Muniz se reuniu nesta manhã com o diretor-geral, Agaciel Maia. (Renata Camargo)