Em sessão do Congresso Nacional ontem à noite (terça, 30), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi duramente questionado pelo deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) ao anunciar que não aceitaria o requerimento de instalação da CPI dos Sanguessugas, encabeçado por parlamentares do PPS, do Psol e do PV, porque ele conteria erros formais.
Renan, que também preside o Congresso (isto é, a reunião conjunta da Câmara e do Senado), alegou que o requerimento contrariou as normas regimentais ao incluir a expressão "assinaturas de apoiamento" acima das subscrições de apoio ao documento.
Acusando Renan de basear sua decisão em um "artifício regimental", Gabeira indignou-se. “Vossa Excelência saiba que com essa decisão começou o combate. Iniciou o combate ao passar o trator em cima dos direitos da minoria. Começou a nossa guerra”, reagiu o deputado.
O presidente do Senado e do Congresso defendeu-se dizendo que pediu à Procuradoria Geral da República a investigação dos parlamentares envolvidos na máfia dos sanguessugas, que desviavam recursos federais por meio da compra de ambulâncias superfaturadas. Acrescentou que sua trajetória política não corrobora as afirmações feitas por Gabeira.
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Mas, pressionado, terminou comunicando que, em vez de arquivar o requerimento, dará mais cinco dias úteis de prazo para que as correções possam ser feitas no pedido de instalação da CPI.