Durante a votação de proposta que reajusta o salário mínimo, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) apresentou dossiê que, segundo ele, comprova o envolvimento do deputado Marcelino Fraga (PMDB-ES) com a máfia dos sanguessugas, responsável pela compra irregular de ambulâncias com recursos do Orçamento Geral da União (OGU). “Ontem eu disse que a guerra só estava começando, este é apenas o primeiro tiro”, disse o parlamentar que lidera o movimento para instalação da CPI mista da Ambulância.
Marcelino se defendeu colocando em xeque a fiscalização do município citado no dossiê de Gabeira. “Se houve falha, não foi minha. Não sou responsável pela fiscalização das verbas. A responsabilidade é do conselho municipal de saúde do município”. Ele acrescentou: “O senhor deveria denunciar a deputada Iriny Lopes [PT-ES] que mandou emenda para município em que foi a Planam [empresa que liderava o esquema de fraudes] que vendeu as ambulâncias”, atacou.
Gabeira apelidou de quarteto mágico quatro parlamentares do PMDB de alguma forma envolvidos no caso: o presidente do Senado, Renan Calheiros, por resistir à instalação da CPI Mista dos Sanguessugas; o senador Ney Suassuna (PB), líder do partido no Senado, e os deputados Marcelino Fraga (também presidente regional do PMDB do Espírito Santo) e Wilson Santiago (PB), por apresentarem emendas destinadas à aquisição irregular de ambulâncias.
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Renan alegou ontem problemas formais para deixar de instalar a CPI. Ameaçou arquivar o requerimento de criação da comissão. Depois, diante da indignada reação do deputado Gabeira, deu um prazo de cinco dias úteis para que esses problemas sejam corrigidos.
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