A estatal Furnas Centrais Elétricas prorrogou por dois anos os contratos de terceirização de mão-de-obra com a empresa Bauruense Tecnologia e Serviços. Foram assinados três aditivos contratuais com a companhia, que somaram juntos R$ 159,4 milhões. "A Bauruense está sob investigação da Polícia Federal por causa das acusações do ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que envolveu a estatal no chamado escândalo do mensalão, revelado no ano passado. Furnas alega que não pode prescindir dos terceirizados, porque colocaria o sistema elétrico em risco", diz a reportagem da edição de hoje (18) do jornal Folha de São Paulo.
Segundo o jornal paulista, Furnas foi questionada diversas vezes pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por utilizar mão-de-obra temporária em funções que exigem contratação por concurso público. "No ano passado, o TCU determinou à empresa que substituísse todos os terceirizados por empregados concursados no prazo de quatro anos", diz o texto
Outras empresas terceirizadas, diz a reportagem, tiveram os contratos renovados com Furnas, como Marte Engenharia, Enesa e Plansul. "A Marte Engenharia foi a empresa que empregou a filha de Roberto Jefferson na Eletronuclear, outra estatal vinculada ao Ministério das Minas e Energia, comandado pela petista Dilma Rousseff", revela a reportagem.
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O ex-diretor de Engenharia de Furnas, Dimas Toledo, acusado pelo deputado cassado Roberto Jefferson de comandar um suposto esquema de cobrança de propinas na estatal, tem uma filha, Fabiana Toledo Sermarini, contratada pela Bauruense, segundo o jornal.
A Polícia Federal, afirma a reportagem, fez uma operação de busca e apreensão de documentos na sede da Bauruense Tecnologia e Serviços Ltda, em agosto último. "As casas dos sócios da empresa, em São Paulo, Bauru e Guarujá, também foram alvos da busca. A Bauruense já havia recebido de Furnas R$ 821 milhões em 28 contratos para prestação de serviços desde 2000. Segundo o Ministério Público do Trabalho, os contratos eram administrados por Dimas Toledo", diz o texto produzido pela sucursal da Folha de São Paulo no Rio de Janeiro.
A direção de Furnas informou que os contratos dos funcionários terceirizados são de natureza continuada, e podem ser prorrogados por até 60 meses. A estatal também respondeu ao jornal que os contratos da empresa Bauruense Tecnologia e Serviços foram estendidos com redução de 1,5% do valor.