O fundador e ex-presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), Vitor Jorge Abdala Nósseis, é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais por suspeita de ter desviado recursos do fundo partidário para pagar prostitutas. Os recursos do fundo eram originalmente destinados à Fundação Instituto Pedro Aleixo (Fipa), entidade vinculada ao partido até o ano passado. O próprio partido entregou ao MP mineiro e à Polícia federal, ainda em 2017, uma gravação em que Nósseis afirma ter usado o dinheiro para “comer putas”.
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O diálogo do áudio, revelado pelo jornal O Globo, faz parte da prestação de contas de 2017 do partido entregue ao TSE.
Em trecho da gravação, Nósseis afirma ter conhecimento de uma “fofoca” de que teria dado dinheiro da fundação para “comer as puta”. “Diz que eu dei dinheiro, né? Eu dei dinheiro da fundação para comer as puta… Conversa dela. Falei assim: Dei mesmo, e comi. Qual o problema? E agora? Vai fazer o que comigo? Dei, mas elas se formaram. Recuperei elas todas pra vida”, diz o ex-dirigente partidário.
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Ele também cita dois nomes, “Samanta” e “Keila”, afirmando que elas “viraram gente” na Europa.
A sigla afirma que o ex-presidente nacional foi expulso no ano passado e que a fundação também não tem mais ligação com o PSC. Nósseis, fundador do partido e presidente do PSC por 30 anos, entre 1985 e 2015, afirmou ao jornal que a gravação é “clandestina e apócrifa”, manipulada a pedido do atual presidente do PSC, pastor Everaldo. O atual manda-chuva da legenda foi candidato à Presidência da República em 2014.
O partido tem complicações com denúncias e prestação de contas desde 2015. Naquele ano, com a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que as prestações de contas das siglas deveriam explicitar recursos destinados e gastos efetuados pelas fundações, a Fipa deixou de entregar documentos e de cumprir prazos legais. No ano passado, os repasses para a fundação foram suspensos a pedido do próprio PSC.