Eduardo Militão
A advogada Caroline Lima Ferraz, que trabalha em comissão dirigida pelo PSC na Câmara, afirma que o salário que ela recebe não é compartilhado com ninguém. Ela disse ao Congresso em Foco na manhã desta quarta-feira (10) que vários colegas de trabalho questionaram-na se ela participava de “esquema” de partilha de remuneração, depois de reportagem do site que mostrou que Caroline e outros colegas ligados ao PSC tiveram aumentos e reduções salariais consecutivas num período máximo de 18 meses. Os funcionários diziam que as perdas de remuneração não atrapalhavam seus orçamentos.
“Eu não compartilho salário com ninguém”, disse Caroline. Ela teve um aumento salarial na Comissão de Segurança, presidida por Laerte Bessa (PSC-DF). Em 5 de outubro, informou ao site que a elevação salarial se justificava pelo fato de a carga de trabalho ter aumentado com a chegada de Bessa ao colegiado e por conta de seu currículo profissional. Mas, dias depois, o deputado reduziu o salário da colaboradora e não quis prestar esclarecimentos sobre o assunto.
Em 22 de outubro, o corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), levantou a suspeita de que as movimentações salariais e as declarações dos funcionários indicavam que parte da remuneração dos servidores era entregue a terceiros. Cauteloso, o deputado afirmou que só uma investigação poderia comprovar isso. Ao site, o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) denunciou um esquema de partilha de salários da Câmara. Hoje, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), prometeu abrir um processo caso as denúncias sejam formalizadas.
Caroline procurou o site na manhã desta quarta-feira para se desvincular de qualquer suspeita. “Se existe esse esquema, eu desconheço e eu não participo”, disse a advogada hoje. “Eu realmente tive mudança salarial, mas eu não estou envolvida nisso”, continuou.
A advogada contou que está sempre à disposição da comissão e descartou eventuais acusações de ser funcionária fantasma. “Meu salário é todo para mim. Eu trabalho. Você pode vir aqui qualquer dia da semana que eu estou aqui. Eu faço muitas coisas. O meu salário é justo com o que eu faço”, afirmou Caroline.
A funcionária da Câmara disse que sua conduta é pautada pela integridade. “Eu sou advogada e prezo muito pela honestidade.”
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