O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) pediu licença para iniciar o seu pronunciamento de uma forma diferente. O tucano lembrou do seu pai, Maurício Fruet, que também era político. “Aprendi que na atividade política já é ter uma vitória ter o respeito e a amizade que ele teve”, disse.
Fruet ressaltou que sua candidatura foi pela afirmação da instituição e pelo respeito à atividade legislativa. “Não é uma anti-candidatura”, garantiu. Ele destaciou também que sempre pro procurou "exercer com o maior respeito" o seu mandato parlamentar.
"Não fui eleito para ser delegado de polícia, não fui eleito para ver a Câmara nas páginas policiais. Esta é a nossa vez, este é o nosso lugar”, disse. “Não teremos mais chance para o erro. O nosso futuro é o futuro do Brasil. Esta poderá ser a melhor legislatura, ou poderá ser a legislatura da recuperação e da volta da sintonia da Câmara com a sociedade brasileira”, acrescentou.
O candidato do PSDB afirmou que queria “presidir a Câmara para que cada um possa sair de cabeça erguida”. Lembrou que, em 2006, 70% das sessões estiveram trancadas, e menos de 1% dos projetos que tiveram origem no legislativo foram votados na Casa. “Nunca na história recente deste país, um governo esperou a eleição da mesa diretora para nomear ministros”, criticou.
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Conversa com os deputados
Pedindo licença para falar diretamente aos colegas, ressaltou que “nunca na nossa história um presidente renunciou”. Foi uma referência a Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao mandato após ter sido acusado de cobrar propinas do arrendatário de um restaurante da Câmara (o mensalinho).
O parlamentar paranaense criticou a disputa da base aliada pela presidência da Câmara. “Nós vivemos hoje uma disputa autofágica na base do governo que contamina mais uma vez uma escolha exclusiva da Câmara”. E prometeu garantir a participação dos deputados nas decisões importantes. “Qualquer que seja o presidente eleito, terá o desafio de se reunir amanhã com a Câmara e propor uma agenda positiva para o país”, destacou.
“A nossa luta não é contra a imprensa, contra a OAB, contra a ABI. A Câmara é um lugar de contradições, de disputas políticas acirradas. Pela primeira vez na história desse país, há um debate público para a presidência da Câmara dos Deputados”, prosseguiu.
Fruet afirmou querer ser presidente “para que cada deputado tenha orgulho do seu mandato”. Para o tucano sua candidatura mudou a pauta do debate. “Eu peço aos brasileiros que continuem acompanhando a Câmara”, disse.
Ainda durante o discurso, Fruet fez questão de lembrar que a função da Câmara é estabelecer o contraponto ao poder Executivo. “A quem interessa um Congresso enfraquecido? Não a mim, não a cada um dos deputados. Está em jogo hoje a autonomia do mandato parlamentar, a possibilidade de construir um novo caminho”.
Para completar, o tucano disse que os deputados não foram anistiados pelas urnas. ”Como o meu pai, também me sinto vitorioso. Aquela imagem de respeito, de admiração que ele recebeu, e que eu recebo, é o que motiva, é o que me emociona continuar nessa caminhada”.