Renata Camargo
O Congresso lançou hoje (10) a Frente Parlamentar pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil. Entre outras ações, o grupo irá pressionar a votação da proposta de emenda à Constituição nº. 438, conhecida como PEC do Trabalho Escravo. A proposta foi aprovada no Senado em 2001 e está parada na Câmara desde 2004, quando foi votada em primeiro turno.
“A criação de uma frente visa articular no Congresso parlamentares e partidos no sentido de conferir maior debate desse tema para aprimoramento da legislação de combate ao trabalho escravo no país”, disse o senador José Nery (Psol-PA), articulador da criação da frente.
Uma das estratégias da frente será realizar um levantamento para saber quais congressistas são contrários à PEC e divulgar os nomes para o eleitorado. A PEC do Trabalho Escravo prevê a desapropriação de terras onde forem encontrados trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Entre os parlamentares resistentes à aprovação da proposta estão deputados e senadores da bancada ruralista. Os ruralistas afirmam que a PEC fere o direito à propriedade. Eles alegam, entre outros argumentos, que o conceito de trabalho escravo não está claro na legislação brasileira.
A criação da frente, que conta com 242 membros, não teve apoio da bancada ruralista. Parlamentares como a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), e do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) não apoiaram a instalação de uma frente de combate ao trabalho escravo.
Confira a lista de deputados que aderiram à Frente Parlamentar de Erradicação do Trabalho Escravo
Veja a lista de senadores que aderiram à Frente Parlamentar de Erradicação do Trabalho Escravo
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