O deputado federal Roberto Freire (PPS-PE), presidente nacional da Mobilização Democrática (MD), resultado da fusão do PPS, do PMN e do PHS, afirmou hoje (20) que o novo partido deve se posicionar como oposição ao governo "conservador" do presidente Lula.
De acordo com a reportagem de Felipe Neves, da Folha Online, Freire afirma que a postura oposicionista é a única possível a um partido que nasce com a bandeira de ser democrático e de esquerda. "O governo é conservador. Tão conservador que a única política social que ele tem é a ‘bolsa esmola’", ironizou Freire, numa referência ao programa Bolsa Família.
O parlamentar considera natural que o governo faça uma grande movimentação de coalizão para construir uma base de apoio no Congresso. De acordo com Freire, o Planalto terá que conseguir uma coalizão para evitar que crises se repitam. "Vamos ter outros problemas, claro, mas não vai ter mais mensalão", afirmou.
Em relação à aproximação do governo com o PMDB, Freire afirmou que Lula e o PT "talvez agora estejam aprendendo com o erro". No entanto, o presidente do MD afirmou que não existe chance da sigla fazer parte da base governista porque ele não enxerga perspectiva de mudanças nos posicionamentos políticos do governo.
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Contudo, Freire deixou uma porta aberta ao diálogo com o governo. Para o parlamentar pernambucano, ao contrário do que pensava o PT quando era oposição, aceitar conversar com o governo, além de uma obrigação para os homens públicos, não significa "capitular nem aderir". "Fiz oposição oito anos ao governo Fernando Henrique Cardoso, mas nunca deixei de ter diálogo com ele", afirmou.
Sobre uma suposta aproximação do novo partido com o tucano José Serra, governador eleito de São Paulo, Freire negou que tenha feito um convite formal ao ex-ministro. No entanto, o deputado afirmou que eles já conversaram sobre o "quadro político e o realinhamento partidário" após a reeleição do presidente Lula. "O que eu posso dizer é o seguinte: quem é que não se sentiria honrado de ter nos seus quadros uma liderança como o governador José Serra?", concluiu. (Rodolfo Torres)