Mário Coelho
Por unanimidade, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram nesta terça-feira a mudança de fotografia na urna eletrônica na eleição de segundo turno no Distrito Federal. Ao analisar uma consulta elaborada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), os integrantes da corte entenderam que não existe possibilidade técnica de trocar a imagem do ex-candidato ao governo local Joaquim Roriz (PSC) pela da sua mulher, Weslian Roriz (PSC), que o substituiu na disputa.
Desta maneira, os eleitores que escolherem votar em Welsian Roriz verão, na tela da urna eletrônica, a fotografia e o nome de Joaquim Roriz. O relator da consulta, ministro Aldir Passarinho Junior, afirmou que a mudança seria desejável, mas negou o pedido por conta de um parecer da diretoria de informática do TSE. “É possível, para o futuro, o aprofundamento de uma solução que possa atender, de forma segura e transparente, a substituição para o segundo turno”, afirmou o ministro.
De acordo com o relator, que também é o corregedor-geral eleitoral, o setor de informática da corte afirmou que, para trocar a imagem e o nome, seria necessária a reinicialização de todos os sistemas eleitorais e o rompimento dos lacres de mais de cinco mil urnas. Aldir Passarinho ressaltou que, ao fazer isso, a possibilidade de falhas no equipamento aumentaria. “Comprometendo, inclusive, a apuração dos votos”, disse.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, a questão é técnica. “Seria uma modificação desejável, decorrente do bom senso”, opinou. Porém, para ele, uma decisão favorável à consulta e consequente mudança na foto e no nome dificultaria, inclusive, uma auditoria futura nos votos. “Viria a fragilizar a credibilidade nas urnas eletrônicas”, completou. O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, lembrou que o caso não é somente a troca de uma “mera fotografia”. “Colocaríamos em risco a credibilidade do sistema, que foi conquistada a duras penas.”
Em 24 de setembro, Joaquim Roriz desistiu da candidatura ao governo do DF após o Supremo Tribunal Federal (STF) adiar a decisão sobre o recurso apresentado pelo ex-governador contra decisão que barrou sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10). No mesmo dia, ele anunciou Weslian como candidata. “Vou contar com a ajuda dele, para administrar a cidade junto”, disse na época.