Durante palestra sobre o 1º Censo do Legislativo Brasileiro, a professora de Ciências Políticas da Cebrap/Iuperj Argelina Cheibub pediu o fim das críticas aos legislativos municipais, especialmente aos pequenos municípios. De acordo com a professora, muitas vezes essas críticas são baseadas em situações distorcidas veiculadas pela mídia.
“O censo demonstra, por exemplo, que o salário médio dos vereadores é de R$ 1.783 com poucas variações entre os municípios do mesmo estado. O que não representaria um gasto muito expressivo para manter a democracia no País”, avalia a cientista política.Segundo Cheibub, existe uma aceitação geral de que municípios menores não precisam de câmaras, porque seriam irrelevantes. “Mas o que é preciso fazer é aumentar a participação das pessoas, o acesso delas ao Legislativo e dar mais poder de voz”, declarou.
Produção legislativa
Já o professor de Ciências Políticas da Unieuro Alexandre Barros afirmou que os parlamentares devem se preocupar é com os temas relativos a seus eleitores. “Não tem essa de deputado e vereador defenderem interesses nacionais”. Barros também disse que o censo demonstra que, para comunicar-se com os parlamentares, é preciso saber quatro características básicas dos legisladores.
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A primeira é que eles não lêem livros porque não têm tempo; a segunda é que para a comunicação ser mais eficaz é preciso fazer um resumo de, no máximo, duas páginas; além disso, os gráficos têm que ser fáceis de entender, e as tabelas têm que ter no máximo três linhas e três colunas. O fórum está sendo realizado no auditório Petrônio Portela, do Senado, e transmitido por videoconferência nas assembléias legislativas.