Por Ana Pompeu
Diante dos confrontos que aconteceram na Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (24), presidentes de partidos de oposição divulgaram notas em que condenam a repressão empregada pelas forças de segurança na atuação durante as manifestações do ato intitulado #OcupaBrasília e a publicação de um decreto acionando as Forças Armadas. PSOL e PT fizeram, em seus respectivos textos, referências ao autoritarismo, medidas ditatoriais e reafirmaram a defesa da saída do presidente Michel Temer (PMDB) do cargo.
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A manifestação foi convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de centrais sindicais, contra as reformas promovidas pelo presidente e a favor das eleições diretas. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou a medida de Temer como “desmedida” e afirmou “que nos remete a retrocessos típicos dos anos de chumbo da ditadura militar”.
PublicidadeA nota segue afirmando que os fatos de hoje representam os momentos derradeiros do governo Temer. “O dia de hoje sacramentou o fim do governo ilegítimo do golpista Michel Temer. Não há mais condições moral e política para que esse usurpador permaneça no poder em Brasília.”
O presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo, também entendeu que a atuação da polícia e a decisão do Executivo, com decreto que estende o uso das Forças Armadas em Brasília até o dia 31 de maio, remete ao período da ditadura civil-militar do país (1964-1985). “A reação do presidente ilegítimo e de seus aliados foi semelhante àquela escolhida pelos militares no final do regime de exceção: repressão violenta contra trabalhadores e estudantes numa pacífica e gigantesca manifestação”, escreveu. Além do repúdio ao decreto de Temer, Araújo reitera suas críticas às reformas nas áreas econômica, trabalhista e previenciária.
Leia as íntegras das notas:
“Por Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL
O povo brasileiro, vindo de todos os cantos do país, ocupou Brasília nesta tarde de 24 de maio de 2017. Um brado retumbante ecoou na Esplanada dos Ministérios: o povo quer a saída de Temer. A reação do presidente ilegítimo e de seus aliados foi semelhante àquela escolhida pelos militares no final do regime de exceção: repressão violenta contra trabalhadores e estudantes numa pacífica e gigantesca manifestação.
O povo não recuou e, num ato de desespero, Temer decreta intervenção militar em Brasília.
Repudiamos este ato de força. Exigimos sua imediata revogação. Aliás, junto com todo povo brasileiro exigimos a revogação deste governo e a convocação imediata de eleições diretas.
Não retrocederemos. Não acatamos o decreto que, ao invés de garantir a ordem, mantém a desordem governamental vigente. Não aceitaremos que as reformas continuem tramitando.
Fora Temer!
Diretas já!”
Rui Falcão, presidente nacional do PT
“O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer descortinou hoje sua face mais autoritária e antidemocrática.
Patrocinou um ataque violento contra manifestantes que se reuniram pacificamente, em Brasília, contra a diminuição de direitos previdenciários e trabalhistas e em defesa da realização de eleições diretas no País. A demonstração de força foi totalmente injustificada e covarde.
Como se não fosse suficiente, Michel Temer ainda convocou as Forças Armadas para saírem às ruas, numa medida desnecessária e desmedida, e que nos remete a retrocessos típicos dos anos de chumbo da ditadura militar.
O dia de hoje sacramentou o fim do governo ilegítimo do golpista Michel Temer. Não há mais condições moral e política para que esse usurpador permaneça no Poder em Brasília.
Os brasileiros têm o direito de escolher um novo presidente nas urnas. Por isso, o Partido dos Trabalhadores reafirma sua posição contrária às reformas antipopulares e em favor da convocação de eleições diretas já.
Brasília (DF), 24 de maio de 2017″
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