Mário Coelho
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) deixou
às 17h19 desta segunda-feira (12) a Superintendência da Polícia Federal, em
Brasília, após ficar preso por dois meses. Ele saiu do prédio dentro de uma
caminhonete Honda Hyllux prata, acompanhado de seus advogados. Hoje, os
ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram, por maioria dos
votos, revogar a prisão preventiva do ex-governador decretada em 11 de fevereiro
à pedido do Ministério Público Federal (MPF).
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a prisão de José Roberto Arruda
Arruda estava no banco de trás da caminhonete, do lado esquerdo. Usava uma
camiseta branca e com barba no rosto. Quando o veículo apareceu na portaria da
Superintendência da PF, cabos eleitorais do ex-governador fizeram um cordão de
isolamento, cantaram um canto religioso e o nome dele. Uma manifestante chegou a
gritar aos companheiros para não deixar fotógrafos e cinegrafistas registrarem a
saída dele do prédio. A caminhonete teve dificuldade para andar e chegar até a
via principal. Da Polícia Federal, Arruda foi direto para sua casa, no Setor de
Mansões Park Way.
Desde 11 de fevereiro, Arruda estava preso pela tentativa de suborno do
jornalista Edmílson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do inquérito 650DF.
Ele e outras quatro pessoas tiveram a prisão decretada pelo STJ por conta do
caso. Outro envolvido, o funcionário público aposentado Antonio Bento da Silva,
foi preso em flagrante na época por policiais federais. O suborno acabou se
tornando uma ação penal contra Arruda. Além disso, ele enfrenta outra ação pela
falsificação de notas fiscais apresentadas como provas e o inquérito do
mensalão.
Durante o período que esteve preso na PF, Arruda deixou a sala onde estava
alojado quatro vezes para exames e tratamento médicos. Chegou, inclusive, a ser
submetido a um cateterismo, devido ao bloqueio de 50% de uma artéria do coração.
A defesa do governador, inclusive, pediu relaxamento da prisão no fim de março
para que ele ficasse alojado em um hospital. Porém, o pedido acabou negado pelo
STJ.