Edson Sardinha
O índice de famílias que não se alimentam suficientemente diminuiu consideravelmente nos últimos sete anos, mas ainda atinge mais de um terço dos brasileiros. É o que revela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (23). No levantamento anterior, referente ao período 2002/2003, 46,7% das famílias entrevistadas relataram não ter pleno acesso à alimentação básica. De lá pra cá, segundo o IBGE, esse percentual diminuiu para 35,5%.
Os que disseram “normalmente” não comer o suficiente representam 9,2% dos brasileiros, enquanto 26,3% informaram passar fome “às vezes”. Já os que “sempre” comem o suficiente totalizam 64,5% dos entrevistados.
De acordo com a pesquisa, houve redução da fome nas cinco regiões do país. Os melhores resultados foram registrados nas regiões Sudeste e Norte, onde o índice de famintos caiu de 43,4% para 29,4% e de 63,9% para 51,5%, respectivamente.
O levantamento também mostra que o consumo das famílias brasileiras com transporte aumentou nos últimos anos e já rivaliza com os gastos com alimentos. As despesas com alimentação caíram de 20,8%, em 2003, para 19,8%, em 2009. Nesse mesmo período, aumentaram de 18,4% para 19,6% os gastos com transporte. O percentual da renda comprometido com habitação ficou inalterado, em 36%. Alimentação, transporte e moradia respondem, juntos, por 75% das despesas familiares de consumo.
Ainda de acordo com o IBGE, a família brasileira gasta, em média, R$ 2.626,31 por mês. As famílias do Nordeste têm, em média, despesa de R$ 1.700,26, metade dos R$ 3.135,80 gastos pelas famílias do Sudeste. Essa desigualdade também se dá entre as famílias que vivem na área urbana (R$ 2.853,13) e as que vivem na área rural (R$ 1.397,29).
A desigualdade também prevalece na comparação do rendimento médio mensal. A renda da família do Sudeste, mais alta do país, é praticamente o dobro da registrada pelos nordestinos, a mais baixa entre as cinco as regiões: R$ 3.348,44 contra R$ 1.764. O rendimento médio da família brasileira é de R$ 2.763,47.
Os dados fazem parte da primeira divulgação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/09, que visitou cerca de 60 mil domicílios urbanos e rurais, entre maio de 2008 e maio de 2009 (leia mais sobre a pesquisa do IBGE).
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