Mário Coelho
O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou ao Congresso em Foco que defende mudança na legislação para obrigar os candidatos a fornecerem informações sobre aplicações financeiras. Trata-se de uma reação do parlamentar a reportagem publicada esta semana pela revista Época.
De acordo com o semanário, o senador paranaense deixou de registrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investimentos de cerca de seis milhões. “Não cometi irregularidade. A lei eleitoral não pede que você declare os direitos, como o valor nas contas bancárias”, disse Dias. “Mas acho que é preciso mudar, facilitar e simplificar a lei”. “A lei tem de dizer que o candidato deve sempre apresentar a declaração prestada à Receita Federal para a Justiça Eleitoral”, acrescentou.
Segundo a revista, o tucano informou à Justiça Eleitoral que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão, dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. Isso ocorreu em 2006, quando concorreu à reeleição ao Senado no Paraná. Entretanto, a Época diz que ele, no momento, tinha os R$ 6 milhões aplicados. “Eu sempre peço ao contador que faça minha declaração de bens à Justiça Eleitoral. O dinheiro não estava escondido, estava na minha declaração de imposto de renda”, disse.
O dinheiro foi usado pelo senador em 2007 para comprar um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões. De acordo com a publicação, os R$ 6 milhões são fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá (PR), que pertencia ao seu pai, por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002.