O deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB-DF) tem um assessor que é pago pelo governo do Distrito Federal, mas que trabalha na sede do partido. Segundo o jornal Correio Braziliense, um dos integrantes da direção provisória do PMDB-DF, Márcio Antônio da Silva, recebe salário como funcionário da Novacap,empresa responsável por realizar as obras de construção da cidade de Brasília, mas durante o expediente só é visto na sede do partido, no Setor de Rádio e TV Sul, em Brasília.
A repórter Ana Maria Campos conta que Marcinho, como é conhecido, foi nomeado para a função, em que recebe R$ 6,8 mil, no dia 19 de maio de 2006, duas semanas antes de assinar um pedido de intervenção no diretório regional, encaminhado à Comissão Executiva Nacional do PMDB.
A jornalista explica que a dissolução do diretório regional, ocorrida no dia 1º de junho, deu plenos poderes para que o presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli, definisse os rumos do partido nas eleições deste ano.
“Até então, Filippelli não tinha maioria na executiva regional. Márcio Antônio da Silva está lotado como engenheiro vinculado à presidência da Novacap. Segundo o diretor administrativo da empresa, Washington Luiz Sousa Sales, o servidor está cedido à Secretaria de Obras. Mas também não é visto no órgão porque, segundo peemedebistas, passa o dia envolvido nos assuntos do partido”, aponta a reportagem.
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Ontem, Márcio Antônio da Silva declarou que não é contratado pela Novacap e admitiu que trabalha para o deputado. “Não trabalho na Novacap. Trabalho para o deputado”. Procurado pelo jornal, Filippelli disse que Márcio é servidor da Novacap, mas negou que sua indicação contenha alguma irregularidade. “É lícito e normal que membros do PMDB tenham cargos no governo. Todo mundo no partido sempre teve cargos. Até os que não estão alinhados politicamente comigo sempre tiveram cargos”.
O jornal mostra que em pelo menos duas situações Filippelli pediu diretamente à Novacap a contratação de servidores. “Num dos ofícios a que o jornal teve acesso, o chefe de gabinete da Agência de Infra-Estrutura, Salvandir Ferreira de Lima, apresenta, em setembro de 2005, uma lista com nomes de pessoas que deveriam ser contratadas. Os documentos mostram que a escolha dos servidores que deveriam prestar serviço à Novacap era política”.
Filippelli afirma que só sugeria substituições de servidores demitidos. “Não existe um só fato ilegal. São documentos oficiais numerados que podem ser consultados por qualquer pessoa. Não fiz nada de forma escusa ou ilegal”, declarou. O peemedebista disse não se lembrar quem são as pessoas que ele indicou. Mas garantiu que são técnicos ou pessoas de sua confiança que deveriam prestar serviços na Novacap.
No último fim de semana, o Correio Braziliense publicou reportagem que mostrou indícios de favorecimento político na Novacap, na escolha de pessoas físicas e empresas que mantêm contrato de locação de veículos e máquinas para a empresa, por meio de contrato de gestão com o Instituto Candango de Solidariedade (ICS). A Justiça considera ilegais as contratações de servidores, sem concurso, por meio do ICS.
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