O filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o ator Bernardo Cerveró, afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que o advogado Edson Ribeiro, que defendia seu pai, lhe entregou R$ 50 mil em espécie durante uma reunião entre os dois. De acordo com Bernardo, o advogado disse que o dinheiro tinha sido mandado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na última quarta-feira (25) por tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Bernardo contou que um desses encontros com Edson ocorreu no escritório do advogado Nélio Machado, que defendeu o lobista Fernando Baiano na Lava Jato, mas sem a presença do criminalista.
O ator contou que o advogado de seu pai “sempre seguia prometendo um habeas corpus” para Cerveró, preso desde janeiro deste ano. Diante da resistência do advogado em aceitar a delação premiada, Bernardo disse que procurou Gustavo Soares, irmão de Fernando Baiano. Segundo o ex-diretor e seu advogado, Baiano é que tinha provas do esquema, por cuidar da movimentação bancária. A ideia era articular uma delação premiada simultânea entre Cerveró e o lobista, apontado como operador do PMDB no petrolão.
Leia também
“Naquela altura o depoente participou de algumas reuniões, inclusive com a presença do advogado Nélio Machado em seu escritório; que Nélio Machado também era reticente em fazer colaboração premiada; que em uma dessas reuniões em uma sala do escritório do advogado Nélio Machado, presentes apenas Edson Ribeiro e o depoente, Edson Ribeiro entregou cinquenta mil reais em espécie para o depoente, dizendo que foram enviados pelo Senador Delcídio Amaral; que o depoente ficou incomodado, pois o que ele queria não era auxílio financeiro, menos ainda espúrio, e sim a liberdade de seu pai”, conforme relata o Estadão.
O advogado Nélio Machado disse ao jornal desconhecer o pagamento a Bernardo. O criminalista reiterou que é contra a delação premiada e que deixou a defesa de Baiano depois que o lobista decidiu colaborar com as investigações em troca da redução da pena.
Leia a reportagem completa no Estadão
Publicidade