Mário Coelho
A liderança do governo na Câmara divulgou nesta sexta-feira (8) um levantamento da fidelidade dos partidos aliados em votações neste início de legislatura. De acordo com os dados governistas, os projetos de interesse do Executivo tiveram a adesão média de 92,7% dos parlamentares. O percentual diz respeito a votações nominais, quando é possível saber o voto de cada um dos deputados.
Entre as votações usadas para o levantamento, estão a do aumento e política de reajuste do salário mínimo para os próximos quatro anos, a Medida Provisória do trem-bala e o novo acordo de Itaipu. Apesar de a oposição ter tentado obstruir e alongar as votações, as matérias foram aprovadas de acordo com a vontade do Palácio do Planalto. ?A nossa base foi firme e enfrentou a resistência da oposição, que estendeu as votações por quase 16 horas?, disse Vaccarezza.
Desde 1º de fevereiro, foram votadas 34 propostas no plenário da Câmara, sendo que apenas 11 eram medidas provisórias. Entre as MPs votadas, estão a que criou a Autoridade Pública Olímpica (APO), a que instituiu novas modalidades do programa Bolsa-Atleta (ao texto foram acrescentadas mudanças à Lei Pelé), e a que institui o Regime Especial de Tributação para a construção de estádios de futebol para a Copa de 2014.
Percentuais de fidelidade e tamanho atual das bancadas:
Média ? 92,7%
PCdoB (15 deputados) ? 98,85%
PDT (27 deputados) ? 75,72%
PHS (dois deputados) ? 84,62%
PMDB (78 deputados) ? 91,12%
PMN (quatro deputados) ? 85,71%
PP (41 deputados) ? 90,86%
PR (40 deputados) ? 96,34%
PRB (12 deputados) ? 96,28%
PSB (31 deputados) – 98,9%
PSC (18 deputados) ? 84,69%
PT (88 deputados)? 99,27%
PTB (21 deputados) ? 95,4%
PTC (um deputado) ? 100%
PTdoB (quatro deputados) ? 100%
Críticas
Em entrevista coletiva concedida ontem (7), Vaccarezza afirmou que a oposição está adotando a postura de ?confronto a qualquer preço?. Ele criticou o tempo que o plenário demorou para aprovar a medida provisória sobre o trem-bala (MP 511/10) e o projeto da revisão do Tratado de Itaipu (PDC 2600/10). Segundo ele, a oposição está dividida, o que inviabiliza a execução de acordos.
Vaccarezza também fez referência ao discurso de quase cinco horas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que na quarta-feira criticou o governo petista. Aécio afirmou que ?sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT?. Para ele, a fala do tucano foi ?sectária, radical, que nem pessoas da ultradireita fazem?. “Infelizmente, o Aécio caiu nessa, porque a primeira ação da presidenta Dilma, após a vitória, foi estender a mão para o Brasil, inclusive para a oposição?, afirmou.
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